Sindicato celebra 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil-China
Evento contou com a participação do embaixador chinês Zhu Qingqiao, trabalhadores, representantes do poder público, empresas chinesas e brasileiras e convidados
Os Metalúrgicos do ABC celebraram na tarde de ontem na Sede os 50 anos das relações diplomáticas Brasil-China com a participação do embaixador chinês Zhu Qingqiao, trabalhadores, representantes do poder público, empresas chinesas e brasileiras e convidados. O evento faz parte dos esforços do Sindicato e traz oportunidades para a categoria conhecer um pouco mais sobre os chineses, ouvir o que têm a dizer e possibilidades de negócios entre os dois países.
“É com grande satisfação que celebramos um marco significativo em nossa história: os 50 anos das relações diplomáticas entre Brasil e China. Este evento não apenas simboliza meio século de cooperação e amizade, mas também nos permite refletir sobre o impacto profundo que essas relações têm em nossas vidas e no futuro que estamos construindo juntos”, afirmou o presidente do Sindicato, Moisés Selerges.
Segundo o dirigente, a importância da China como parceiro comercial do Brasil não pode ser subestimada. “Nossos laços econômicos são sólidos e têm proporcionado benefícios mútuos. Os investimentos chineses em nosso país têm impulsionado setores diversos e contribuído para a criação de empregos e o fortalecimento de nossa economia. Em troca, o Brasil tem sido um fornecedor vital de recursos e produtos para o mercado chinês”.
“Não se trata apenas de interesses econômicos, mas de uma parceria estratégica que une nossas nações em um projeto comum. As classes trabalhadoras dos dois países compartilham sonhos e desafios semelhantes e é fundamental que continuemos a colaborar para garantir que todos os trabalhadores se beneficiem do crescimento e da prosperidade que estamos promovendo”, disse Moisés.
Embaixador chinês
Durante sua fala, o embaixador na China no Brasil, Zhu Qingqiao, agradeceu ao convite e disse que é um momento especial estar no Sindicato, já que sua mãe foi trabalhadora na indústria têxtil e seu pai trabalhador em usina siderúrgica da China. “Quando eu era criança, minha mãe sempre me levava para a fábrica onde trabalhava. Quando se trata de comunicar com os trabalhadores, sempre tenho um sentimento muito familiar”.
“No Brasil, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC é conhecido pelos trabalhadores como um lugar de memória e esperança, e acredito que também se tornará um lugar de testemunho da amizade sino-brasileira. Em alguns dias, celebraremos 50 anos de relações diplomáticas entre nossos países. Desde 15 de agosto de 1974, quando China e o Brasil estabeleceram laços, vários atores têm trabalhado continuamente para que nosso relacionamento avance de forma estável e robusta. Este relacionamento tornou-se exemplo de respeito recíproco, igualdade e cooperação entre grandes países em desenvolvimento”.
A China é uma das principais fontes de investimento do Brasil, segundo o embaixador, e já contribuiu para a criação de mais de 70 mil empregos diretos aos brasileiros. “Mais de 250 empresas chinesas no Brasil contribuem para o desenvolvimento local e participam ativamente das causas sociais”, lembrou. Também esteve presente na atividade o Cônsul-Geral da China em São Paulo, Yu Peng.
Rodada de negócios
Após a apresentação institucional, o diretor administrativo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, deu andamento à rodada de negócios como parte da continuação dos esforços do Sindicato para dialogar com empresas chinesas, inclusive com o apoio das embaixadas dos dois países.
“Essa ação nasceu na missão dos Metalúrgicos do ABC à China em março passado, quando uma delegação de dirigentes foi ao país asiático para conhecer montadoras de veículos leves e pesados elétricos, fabricantes de baterias e semicondutores e empresas de tecnologia. O Sindicato propôs políticas de reindustrialização, diálogos com empresas interessadas em vir para a região a fim de retomar seu protagonismo produtivo”.
“Participaram 62 empresas, instituições de ensino e do poder público e 14 fizeram apresentação. Essa iniciativa é inédita no Sindicato e cria oportunidades às empresas se apresentarem, com possibilidade de parcerias, principalmente a empresas chinesas que queiram iniciar a produção no Brasil e procuram parceiros para atender suas demandas”. O evento contou ainda com exposição de alimentos produzidos pelas cooperativas da Unisol Brasil.
Mostra cultural apresenta folclore chinês na Sede
O Sindicato encerrou o evento sobre os 50 anos de relações diplomáticas Brasil-China com a apresentação de duas danças folclóricas chinesas pela ATS (Associação Taboão da Serra de Kung Fu Garra de Águia Lily Lau), escola que trabalha com a cultura chinesa na Grande São Paulo.
A primeira foi a Dança do Dragão. Acredita-se que tenha começado a fazer parte da cultura para o cultivo e colheita, também como método de cura e para impedir doenças. Era um evento popular durante a Dinastia Song e, como a Dança do Leão, mais frequentemente vista em celebrações festivas.
A dança é executada por uma hábil equipe cujo trabalho é dar vida ao dragão, uma longa serpente com um corpo formado de varas, montadas em uma série de arcos, unindo a parte ornamental da cabeça e da cauda às extremidades.
A segunda apresentação foi a Dança do Leão (Wushi), usada em festividades e comemorações como casamentos, inaugurações de estabelecimentos comerciais e, principalmente, no Ano Novo Chinês. Geralmente é realizada por escolas de Kung Fu para espantar os maus espíritos, trazer sorte, felicidade e prosperidade aos espectadores.
As habilidades fundamentais para as apresentações incluem força, resistência, flexibilidade e equilíbrio, além de executar as diversas posturas do Kung Fu. O leão é tradicionalmente considerado uma criatura guardiã em muitas culturas asiáticas.
“Essa parceria é frutífera, de longo prazo e de cooperação internacional. Quero agradecer aos Metalúrgicos do ABC por esse momento muito importante de celebração. Agora, em agosto, estamos celebrando os 50 anos das relações diplomáticas Brasil-China e convidamos todos para os nossos eventos do Ibrachina”. Thomas Law, diretor presidente da Ibrachina (Instituto Sociocultural Brasil e China
“Precisamos buscar parcerias, encontrar investimento para contribuir ao ABC na sua trajetória de crescimento. Nós, do Sistema S, estamos aqui para prestigiar o evento e nos colocar à disposição para uma interlocução que tem que ir além do investimento, e fazer um debate sobre educação e cultura”. Fausto Augusto Júnior, presidente do Conselho nacional do SESI
“Temos muitas possibilidades junto à economia chinesa, principalmente nessa retomada que o Brasil dá à sua economia sob a liderança do presidente Lula. O ABC é o quarto maior mercado consumidor do Brasil, com o quarto maior PIB. O ABC é a melhor esquina do Brasil”. Aroaldo Oliveira da Silva, presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC e secretário-geral do Consórcio Intermunicipal
“Poderíamos propor o ensino do mandarim aos metalúrgicos e metalúrgicas. Isso não só facilita o acesso aos novos postos de trabalho, como a comunicação e compreensão à cultura desse país. Para além da moeda, das patentes, das forças armadas, o idioma é um elemento central. Estamos no limiar de um novo mundo e o domínio do idioma é fundamental”. Mário Maurici, deputado estadual pelo PT