Sindicato cobra e Federal Mogul contratará pessoas com deficiência
Depois de mais de um ano de negociações, fábrica se enquadra na lei de cotas
Uma pauta de reivindicações enviada à Federal Mogul, de Diadema, em março do ano passado, está prestes a se concretizar. A empresa contratará pessoas com deficiência, conforme manda a lei de cotas.
“Toda a negociação foi concluída, a fábrica já recebeu os currículos e só falta terminar o processo de seleção”, explicou Antonio Pereira Campos, o Boquinha, do Comitê Sindical na empresa.
Segundo ele, desde que a Federal Mogul aceitou negociar a contratação, diversas ações foram desenvolvidas tanto pelo Comitê Sindical como pela fábrica para receber os novos trabalhadores. A principal delas foi a sensibi-lização dos companheiros sobre o assunto.
“Fomos preparando os trabalhadores para conviver com as diferenças. Em todas as nossas assembléias e reuniões o assunto estava em pauta”, observou Boquinha.
O Comitê também inovou ao abordar o tema dentro da Sipat. “Fomos lá na fábrica para falar da nossa luta pelo cumprimento da lei de cotas e das dificuldades de inclusão das pessoas com deficiência”, afirmou Flávio Henrique, da Comissão dos Metalúrgicos Portadores de Deficiência.
Segundo ele, os companheiros na Federal Mogul estão entre os primeiros na categoria a desencadear um debate articulado sobre pessoas com deficiência e mundo do trabalho.
“As vezes a gente centra a ação sindical em melhores salários e condições de trabalho e deixa de lado questões tão importantes como a inclusão das pessoas com deficiência ou outros que garantam a cidadania”, reconheceu Boquinha.
A lei de cotas determina que as empresas contratem pessoas com deficiência nas seguintes proporções:
Até 200 trabalhadores – 2%
De 201 a 500 trabalhadores – 3%
De 501 a mil trabalhadores – 4%
Mais de mil trabalhadores – 5%