Sindicato comemora acordo com o México para preservar empregos no Brasil

O presidente do Sin­dicato, Rafael Mar­ques (foto), come­morou a renovação do acordo de cotas de importação e exportação de veículos entre o Brasil e o México até 2019, assinada nesta segunda-feira, dia 9.

“O risco para os traba­lhadores brasileiros seria enorme, já que o acordo em vigência previa o livre co­mércio a partir do próximo dia 18”, explicou o presidente.

Segundo ele, se as cotas não fossem renovadas, uma enxurrada de veículos e peças mexicanas desembarcariam no Brasil, sem que as em­presas brasileiras pudessem competir.

“O México tem uma legisla­ção própria com condições especiais para produzir car­ros apenas para exportação”, contou.

“Com isso, essas empresas chamadas maquiladoras con­seguem baratear seu custo e têm vantagens fiscais nunca antes vistas em qualquer lugar do próprio país”, com­pletou Rafael.

Para ele, isso criou uma desvantagem enorme para qualquer país da América La­tina e até mesmo da América do Norte.

“O México é a China das Américas, na relação de com­petitividade com outros paí­ses”, avaliou o presidente.

Rafael ressaltou que sem as cotas restabelecidas pelo novo acordo e com a possibilidade de livre comércio entre os países, milhares de empregos estariam em risco no Brasil.

“É a mesma coisa de dizer que a Volkswagen, por exemplo, ao invés de fabricar carros no Brasil, poderia am­pliar sua capacidade de produção no México e exportar para cá, sem custo nenhum, sem imposto nenhum”, alertou.

“Para defender os empregos dos trabalhadores brasileiros, o Sindicato participou ativamente desse movi­mento para que o acordo com cotas fosse renovado”, disse o presidente.

“Sempre defendemos a manuten­ção das cotas, do acordo de 2012 e conseguimos baixar para os níveis que estavam estabelecidos em 2013, de US$ 1,56 bilhão, o que é uma van­tagem para nós”, concluiu.

Autopeças estão incluídas no acordo

O acordo entre o Brasil e México também estabelece a adoção, pela primeira vez, de regras de origem de valor agregado para todo o universo das autopeças.

Isso irá favorecer uma maior integração produtiva e intercâmbio entre os dois países, e um conse­quente aumento das vendas externas brasileiras do setor.

“Essa também era uma preocu­pação do Sindicato, porque as peças mexicanas serão rastreadas e isso impede que o veículo seja montado no México com peças produzidas na China”, afirmou o presidente dos Metalúrgicos do ABC.

Da Redação