Sindicato convoca trabalhadores contra a alta taxa de juros do Banco Central

Concentração será na sexta-feira, dia 16, às 8h, na Sede, seguida de caminhada até a Praça da Matriz

Foto: Adonis Guerra

Com a taxa básica de juros, a Selic, mantida em 13,75% pelo Banco Central, o Sindicato convoca todos os tra- balhadores e trabalhadoras para ato na próxima sexta-feira, dia 16. A concentração será na Sede, a partir das 8h, com caminhada pelo centro de São Bernardo até a Praça da Matriz. A data marca o Dia Nacional de Luta, com atos dos sindicatos e movimentos so- ciais por todo o país.

O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, reforçou a importância da participação de todos e todas no ato. “Essa taxa de juros altíssima impede o crescimento econômico do país e, consequentemente, a geração de empregos. Temos que ir para as ruas fazer a nossa manifestação e dividir a nossa insatisfação, que creio ser não só dos Metalúrgicos do ABC, mas de toda a sociedade brasileira”.

O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, foi indicado pelo governo anterior. Em fevereiro de 2021, o presidente da República anterior sancionou a autonomia do banco em relação ao governo.

“Com essa postura de não reduzir a taxa de juros, mesmo com todos os indicadores da economia mostrando ser possível, vamos deixar claro que o presidente do Banco Central está sendo contra o crescimento do país. Ao deixar a taxa tão alta, ele está prejudicando diretamente as famílias brasileiras e sendo um inimigo dos trabalhadores. O Brasil precisa se reconstruir e essa taxa está sendo um impeditivo”, afirmou.

Jornada de lutas

A CUT, demais centrais sindicais, Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, convocaram a jornada de mobilização contra a alta taxa de juros e a política monetária do Banco Central entre os dias 16 de junho e 2 de julho, com objetivo de denunciar as taxas abusivas de juros, dialogar sobre os impactos na vida de todos e todas, pressionar o Banco Central pela redução da taxa e pela saída de Campos Neto.

Estado de mobilização

A alta taxa de juros tem sido criticada não só pelos trabalhadores, mas pelo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que aumentou o tom das críticas sobre o patamar da taxa Selic e seu reflexo na queda do consumo a prazo. Em janeiro, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabri- cantes de Veículos Automotores) apontou a falta de crédito como principal entrave às vendas de veículos zero quilômetro no país.

Os Metalúrgicos do ABC mantêm estado de mobilização e encampam a luta pela redução da taxa de juros e contra a autonomia do Banco Central. A categoria tem cobrado constantemente pautas à classe trabalhadora com idas a Brasília.

Em fevereiro, o debate sobre quem se beneficia com juros altos no país foi intensificado na base e, desde então, a Diretoria Executiva do Sindicato leva às assembleias e portas das fábricas essa discussão que, em tese, parece distante da vida das pessoas, mas afeta o dia a dia de todos os trabalhadores, desde o preço dos produtos que compramos até os juros que pa- gamos no banco.

Em 21 de março, a categoria participou de ato unificado na Ave- nida Paulista. Junto a CUT, demais centrais e movimentos sociais pe- diram a redução da taxa básica de juros, a retomada do crescimento econômico e dos empregos.

Pedido de audiência

 Preocupado com os impactos da taxa de juros, o Sindicato solicitou em maio audiência com o Banco Central, ainda sem resposta.

“Pedimos uma conversa com o presidente do Banco Central, mas é uma dificuldade enorme, ele não conversa com os trabalhadores. O fato é que não vamos sossegar, porque a tarefa do Sindicato nesse projeto da retomada passa pela geração de empregos. É preciso que os juros baixem para que a economia volte a crescer. Não podemos, não queremos e não devemos aceitar a taxa a 13,75% como algo normal. Não existe jus- tificativa para a taxa de juros estar do jeito que está”, concluiu Moisés.

Confira o vídeo de convocação no Instagram do Sindicato