Sindicato debate com trabalhadores na Volks sustentabilidade social na transição para a eletrificação
Defesa é pela utilização do híbrido-etanol com preservação dos empregos em transição gradual. Atividade integrou as celebrações dos 40 anos da Comissão de Fábrica
Na manhã de ontem, a representação dos trabalhadores na Volks realizou o debate “Motor híbrido a etanol” com os trabalhadores na sala da Comissão de Fábrica na empresa. A atividade faz parte das celebrações dos 40 anos da conquista da Comissão. O debate foi mediado pelo representante da comissão Cleber Teixeira Batista.
O diretor administrativo do Sindicato e representante na montadora, Wellington Messias Damasceno, destacou o porquê de o Sindicato estar se empenhando tanto no assunto.
“Temos dialogado com empresas, universidades, e até mesmo com alguns governos, mas não faz sentido não discutir isso com aqueles que serão os mais afetados por qualquer medida ou falta de medida, os trabalhadores. O trabalhador precisa ter compreensão da importância do tema, que é estratégico para o desenvolvimento do país”.
“Nossa preocupação é a manutenção e geração de empregos, não só na Volks, mas em toda a cadeia de produção. Isso tem que estar atrelado a uma política de capacitação com cada vez mais incremento de tecnologia” completou.
Conceito amplo de sustentabilidade
“O que defendemos é um conceito de sustentabilidade que seja ambiental, econômico e social. Que olhe para as futuras gerações, traga o equilíbrio ambiental que o planeta precisa, mas que seja sustentável economicamente. Sobretudo do ponto de vista social, para não desestruturar as cadeias produtivas, não abrir mão dos empregos e apostar em gerar tecnologia no Brasil e para que o carro produzido possa ser comprado pelos brasileiros”, defendeu Wellington.
Transição justa e gradual
Ainda sobre a preocupação com os empregos, Wellington detalhou que o motor elétrico tem 60% menos componentes do que o motor a combustão. “Estamos falando de um desmonte na cadeia de fornecimento, por isso defendemos uma transição gradual para a eletrificação”.
“Não dá para o Brasil, com a importância que tem no setor automotivo, ficar de fora do debate da eletrificação, por isso nossa defesa pelo motor híbrido, mas não só o híbrido tradicional, apostamos no híbrido atrelado a um combustível genuinamente brasileiro, o etanol”.
Interesses internacionais
O dirigente lembrou ainda que muitos países não estão só preocupados com os compromissos ambientais, mas também procuram defender seus interesses, porque não querem ficar reféns de alguns poucos produtores de petróleo.
Políticas públicas
“Precisamos de políticas públicas, que o governo de fato se envolva nessa pauta para discutir alternativas de fonte de energia. Temos diversas alternativas e esclarecê-las para os trabalhadores e para a sociedade é fundamental. Existem caminhos para uma transição justa”, afirmou o coordenador da representação, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho.