Sindicato debate com TST necessidade de reforçar a importância da negociação coletiva
Em Brasília, Metalúrgicos do ABC conversam com ministros do Tribunal Superior do Trabalho sobre grupos patronais que insistem em dificultar o processo de negociação e propõem atividade formativa
O combate às práticas antissindicais segue no radar do Sindicato. Com o intuito de coibir ações desse tipo, dirigentes dos Metalúrgicos do ABC têm realizado conversas com ministros do TST (Tribunal Superior do Trabalho) para, juntos, buscarem melhorias nas condições de representação dos trabalhadores. Na última quarta-feira, 8, a agenda foi em Brasília.
O diretor administrativo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, e o diretor executivo, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, se reuniram com o presidente do TST, ministro Lelio Bentes Corrêa, e os também ministros do TST, Maurício Godinho Delgado, Delaíde Miranda Arantes e Sérgio Pinto Martins. A valorização da convenção coletiva foi o tema central do encontro.
Segundo Luizão, um dos objetivos do Sindicato é organizar uma atividade no segundo semestre, envolvendo ministros, dirigentes sindicais e representantes de empresas para tratar do assunto. “A ideia é tentar sensibilizar o setor empresarial e também os trabalhadores sobre a importância da negociação, contribuindo com sugestões e orientações”.
Recusa à negociação é prática antissindical
O dirigente justificou lembrando que há uma parte considerável do setor patronal que insiste em não negociar. “A primeira grande prática antissindical que entendemos que ocorre, não só na nossa base, mas em outras, é a recusa por parte de alguns empregadores, à negociação. Nessa conversa, tivemos a oportunidade de falar sobre a dificuldade em celebrar a Convenção Coletiva do ano passado por conta do comportamento intransigente de alguns sindicatos patronais. Dialogamos sobre a importância de uma negociação tratada com respeito e seriedade pelas partes”.
“O trabalhador só consegue avançar nos direitos e benefícios quando existe um processo sério de negociação. E muitas vezes isso é negligenciado por parte de algumas empresas, então é necessário que o tribunal também crie entendimentos e estabeleça critérios para definir a prática de atos antissindicais”, reforçou Luizão.
Modelo de atuação
Outro ponto do diálogo foi a apresentação do modelo de atuação dos Metalúrgicos do ABC com exemplos de bons resultados. “Sabemos que o TST sempre recebe situações ruins, de conflito. O que queremos é oferecer ao tribunal também o modelo em que atuamos, nossas práticas e bons resultados para que não tenham somente a imagem ou o conhecimento de situações de conflito”, concluiu.