Sindicato defende alinhamento regional sobre toque de recolher
Sem transporte público, trabalhador não sabe como voltará para casa durante o toque de recolher decretado em São Bernardo, cidade que atingiu picos da Covid-19
Os trabalhadores da região estão preocupados com o decreto anunciado pela Prefeitura de São Bernardo que determina toque de recolher das 22h às 5h a partir do próximo sábado, dia 27. Muitos não sabem como irão retornar para suas casas sem o transporte público que estará fora de circulação no período determinado.
A decisão foi tomada pelo prefeito Orlando Morando (PSDB) pelo fato de a cidade ter atingido seus piores índices desde o início da pandemia, 87% de ocupação dos leitos de UTI para Covid-19 nos hospitais públicos e 91% nos privados.
Hoje na parte da tarde, os prefeitos das sete cidades se reúnem no Consórcio Intermunicipal Grande ABC para debater a questão. Também hoje, ao meio dia, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), deve anunciar medidas mais restritivas para o Estado.
O Sindicato defende que haja uma decisão regional, já que os trabalhadores transitam entre as cidades e não podem ser prejudicados.
“A partir desta decisão, que deve ser tomada no âmbito do Consórcio, o Sindicato orientará a categoria sobre qual o comportamento a ser adotado diante das possíveis medidas”, destacou o presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.
“Nós defendemos a proteção da vida, por isso entendemos que medidas que visem proteger a população neste momento de agravamento da pandemia são extremamente necessárias, ocorre que é preciso pensar nos trabalhadores de todas as categorias para que não sejam prejudicados e fiquem sem transporte”, reforçou.
Os Metalúrgicos do ABC lembram que tanto nas empresas da base como em outros setores, há trabalhadores que deixam seu posto à noite, portanto estariam retornando para casa durante o período em que será proibido circular. Assim como também há aqueles que entram no serviço nesse horário e muitos dependem de transporte público que estará inativo.
“São Bernardo não está isolada das demais cidades. É preciso pensar no trabalhador que vai deixar a empresa à noite e não terá transporte. Não admitiremos que, depois de um dia de trabalho, o trabalhador não tenha como retornar à sua casa e fique exposto na rua aos perigos da madrugada”, finalizou.