Sindicato defende ampliar atividades oferecidas no espaço de acolhida que ajudem na reintegração social
Junto com movimentos sociais, Metalúrgicos do ABC buscam possibilidades para oferecer oficinas e recolocação profissional a pessoas em situação de vulnerabilidade
Desde 16 de junho, o acolhimento para pessoas em situação de vulnerabilidade social está disponível no Espaço Celso Daniel, ao lado da Sede. Após um mês de funcionamento, cerca de 40 pessoas jantam, tomam banho, dormem e tomam café da manhã diariamente no local mantido pelos Metalúrgicos do ABC com a ajuda de doações da categoria e parceria com movimentos sociais.
O vice-presidente do Sindicato, Carlos Caramelo, relata os avanços observados com a ação e os planos para o projeto. “No primeiro momento pensamos em como acolher e agora estamos pensando em como criar mecanismos que possam ajudar a reintegrá-los à sociedade. Com o passar dos dias estamos vendo mudanças no comportamento de alguns. Eles têm falado sobre preocupações com o futuro e a possibilidade de buscar um recomeço, tentar nova aproximação com a família”.
O dirigente também conta que a cada dia chegam mais pessoas pedindo para ficar no espaço porque ouviram falar sobre o modelo de acolhimento.
Novo formato
Segundo o vice-presidente, o Sindicato está avaliando junto ao Movimento Nacional da População em Situação de Rua como oferecer novas possibilidades, como por exemplo, oficinas de formação e recolocação profissional, que ajudem a resgatar a dignidade dos acolhidos.
“A ideia é procurar parceiros, empresas que possam ajudar na recolocação profissional. Também estamos pensando na possibilidade de criar uma espécie de cooperativa que funcione por meio da economia solidária para gerar renda para eles e, por consequência, dignidade”.
Entre as atividades que têm potencial para serem desenvolvidas, conforme lembra o dirigente, estão oficinas culturais, de artesanato e hortas urbanas.
“Vamos apoiar e incentivar nosso parceiro, o Movimento Nacional da População em Situação de Rua a procurar a Unisol-SP, o Fórum de Economia Solidária do ABC, o movimento de catadores, a Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC para que esse projeto possa ser ampliado”.
Laços de amor
Caramelo lembrou que ninguém faz nada sozinho, agradeceu o trabalho dos voluntários, especialmente Thiago e Reginaldo, representantes do ABC do Movimento Nacional da População em Situação de Rua.
“O acolhimento vem reforçando os laços do amor, companheirismo, solidariedade e fé nos dias de hoje, tão ausentes nas palavras e ações do governo federal”, concluiu.
Parceiros
A ação que integra as campanhas contra a fome e contra o frio, organizadas pelo Sindicato, é feita em parceria com Projeto Banho que Abraça, que disponibiliza um trailer com dois chuveiros; o Movimento Nacional da População em Situação de Rua; a Pastoral Povo de Rua; movimentos religiosos e a ONG Meninos e Meninas de Rua. Além deles, o Instituto Vida doou ontem mais 30 lençóis, e faz contribuições constantes ao projeto.