Sindicato defende ferramentaria como estratégica para toda indústria nacional
No debate online “Ferramentarias no Rota 2030: oportunidades e desafios”, realizado hoje de manhã pela AEA (Associação Brasileira de Engenharia Automotiva), o diretor executivo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, explicou as principais medidas defendidas pelo Sindicato para fortalecer a ferramentaria nacional e a importância estratégica que o setor representa para toda a indústria.
“O país já vinha com uma desaceleração industrial grande e agora com a pandemia há muita dificuldade, sobretudo de acesso ao crédito para que as empresas consigam se manter no mercado e se preparar para o futuro. O setor é extremamente importante para a indústria brasileira enraizar a sua produção, gerar conhecimento, ter maior aproximação entre universidades e setor produtivo e gerar empregos de maior capacitação e remuneração”, afirmou.
O dirigente lembrou que as discussões feitas desde o início da elaboração do Rota 2030 são bem diferentes do que foi lançado pelo governo, com um programa muito menos robusto do que o setor automotivo necessitaria.
“O Inovar-Auto era uma política estratégica de Estado para as montadoras se instalarem no Brasil, buscava nacionalizar parte da produção e dos investimentos. O Rota 2030 traz investimentos em pesquisa, desenvolvimento e inovação, mas tem carências. A ferramentaria só virou um dos pilares pela pressão que fizemos e acúmulo que temos nas discussões do setor. Por isso, é preciso atuar com outros programas complementares, que possam resolver lacunas”, explicou.
“No Rota, defendemos muito a capacitação profissional dos trabalhadores e dos gestores, um programa de liderança 4.0, a certificação das ferramentarias para ter a base comparativa padronizada de prazos e preços, a criação de um birô de projetos para baratear custos e permitir compartilhamento de experiências, além de treinar alunos e profissionais”, citou.
Também destacou o seminário sobre o programa estadual PróFerramentaria SP, realizado em fevereiro no Instituto Mauá de Tecnologia, para que a região do ABC começasse a se organizar sobre as oportunidades do programa, com uso de créditos retidos de ICMS das montadoras para investir em ferramentaria e gerar pedidos para as empresas.
“Temos discutido com as associações empresariais um pacote de medidas que busque ajudar a recuperar o país, como reconversão industrial, nacionalização de conteúdo, programas de crédito, estímulo e aumento de investimento em P&D. O Brasil precisa rever a estratégia e a ferramentaria é fundamental para isso”, concluiu.
Participaram da live Carlos Sakuramoto, da GM, Jefferson de Oliveira Gomes e Ana Paola Braga, do IPT.