Sindicato defende integração regional para fortalecer a indústria

(Foto: Edu Guimarães)

O presidente do Sindicato, Rafael Marques, discutiu ações articula­das entre trabalhadores, poder pú­blico, universidades e movimentos sociais para estruturar ações de futuro do ABC, defender a indústria local e os empregos.

“É fundamental pensar as perspecti­vas e os passos que a região precisa dar para encarar os novos desafios”, afirmou. “Quanto mais empoderada e aperfeiçoada a governança regional com a sinergia entre as lideranças políticas que são as tomadoras de decisão do ABC, mais as políticas pú­blicas vão chegar aos trabalhadores, com empregos, oportunidades, saúde, educação”, defendeu.

“E o Sindicato é um núcleo desse processo de tomada de decisão. Nós temos a mobi­lização, a conscientização e a militância a favor de todo o parque industrial instalado aqui”, prosseguiu.

Rafael participou ontem do primeiro dia do Seminário Internacional “Desen­volvimento e Governança Regional – Diag­nósticos e Perspectivas a partir da Região Metropolitana de São Paulo”, realizado pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC e Universidade Federal do ABC. O encontro termina hoje no auditório do campus São Bernardo da UFABC.

O presidente destacou as dificuldades enfrentadas no setor automotivo da região nos últimos anos. Em 2011, a base do Sin­dicato representava 7,3% do emprego total em autopeças, que era de 330 mil postos de trabalho no Brasil. Em quatro anos, a perda de participação foi de um ponto percentual para 6,3% em um setor que caiu para 250 mil empregos no País.

“Estamos muito preocupados com essa perda no setor de autopeças, além da que­da na produção de automóveis. Estamos identificando o esgotamento de um modelo privado na nossa região”, analisou.

“Por isso, precisamos achar caminhos para a região diversificar a sua produção, apostar no que tem de melhor e continuar sendo protagonistas na formulação de alternativas para defender os empregos”, prosseguiu.

Rafael citou como exemplo o Regime Automotivo, o Inovar-Auto, proposta que partiu do Sindicato e da região e beneficiou todo o Brasil. “Lutamos por medidas que fortaleçam as empresas, as ferramentarias, as exportações e os empregos no setor. É olhar o futuro, o que significa os novos tra­balhadores e os jovens da categoria”, disse.

Também reforçou a importância de agir conjuntamente ao lembrar a crise dos anos 90 para enfrentar a reestruturação produ­tiva. “O ABC poderia estar em sério risco com uma perda de importância muito forte. Foi na solução regional que conseguimos fazer frente ao processo da reestruturação sem perder a essência do setor automotivo na nossa região”, contou.

O presidente do Sindicato também defen­deu o papel da universidade no processo. “A UFABC precisa mergulhar de cabeça para desenvolver alternativas. Todo o empenho das lideranças regionais precisa contar com inteligência que existe em uma universida­de desse porte”, destacou.

“Isso indica que o ABC nunca será um deserto de oportunidades como em parte virou Detroit, nos Estados Unidos”, pros­seguiu.

“São em encontros como este que po­demos pensar em alternativas que deem ao ABC a manutenção de ser um local bom para se viver, trabalhar e oferecer empre­gos.Temos que continuar lutando muito para o ABC e o País não retrocederem”, concluiu.

Da Redação