Sindicato defende projeto da classe trabalhadora, de inclusão e contra o ódio e a violência
Sindicato defende projeto da classe trabalhadora, de inclusão e contra o ódio e a violência
Nesta sexta-feira que antecede o segundo turno das eleições, no próximo domingo, 30, o presidente do Sindicato, Moisés Selerges, lembra a categoria sobre pautas importantes que estão em jogo na hora da escolha do voto.
Tribuna Metalúrgica – O que está em jogo nessas eleições?
Moisés Selerges – O que está em jogo é o presente e o futuro, é o que queremos para nós trabalhadores e para as próximas gerações. O que está em jogo é o que queremos para a indústria no nosso país, para o planeta.
TM – Por que é importante o trabalhador e a trabalhadora votarem?
Moisés – Porque votar é um ato de responsabilidade, de investimento no futuro. Se não escolhemos o projeto que queremos, outros irão escolher por nós. Nós, trabalhadores e trabalhadoras, temos a responsabilidade de ir às urnas e votar por um país mais justo e fraterno.
TM – Você concorda que essa é eleição mais importante desde a redemocratização?
Moisés – Concordo. Essa é a eleição mais importante, mesmo porque a democracia está sob ataque. E democracia não é só o fato de votar, vai muito além do voto. Democracia é poder lutar por moradia, por educação e saúde. Essa é a eleição mais importante pela situação que o país vive em relação à economia, à miséria e à fome.
TM – Os casos de assédio eleitoral de patrões aumentaram de 212, em 2018, para 1.027 até a última segunda-feira, segundo o MPT. A que atribui essa explosão de casos?
Moisés – Uma coisa é defender um projeto político, o que não pode é um patrão ameaçar os trabalhadores dizendo que vai demitir. Esses patrões estão se sentindo amparados por quem não está defendendo a democracia que é o governo atual, eles se sentem autorizados. Assim como o aumento da violência no Brasil, o uso de armas, números de feminicídio, gente que joga granada na Polícia Federal porque se sente autorizada. Isso é extremamente grave e temos que combater, as pessoas têm que ter liberdade de escolha.
TM – O que a eleição de Lula e Haddad representa para a classe trabalhadora, especialmente na região?
Moisés – A eleição do Haddad é importante porque o estado de São Paulo é governado pela direita há quase 30 anos e nós vivemos aqui no ABC a falta de política industrial. O Haddad tem um compromisso com o movimento sindical de ter política voltada para a geração de emprego e para a política industrial. Isso é fundamental, não adianta elegermos só o Lula presidente se não estiver junto com ele no estado mais importante da federação alguém alinhado com o nosso projeto.
TM – É importante relembrar o que esse governo fez ou não fez pelos empregos e pela indústria. Qual a sua análise?
Moisés – Esse governo não fez nada pela indústria, o governo atual nunca debateu com as centrais sindicais, com os trabalhadores. O governo atual só quer saber de plantar soja, milho, matar índio e derrubar floresta. Não tem política para indústria, nem para saúde, nem para educação. Podemos perguntar se alguém conhece alguma obra feita pelo atual presidente da República na sua cidade. Alguns têm dito que a única obra que conhece do presidente é lápide de um familiar ou um amigo que morreu de Covid porque ele não fez nada. Não é esse o Brasil que queremos.
TM – Uma pauta muito importante para o trabalhador em geral e para a categoria metalúrgica é a questão da reforma da Previdência aprovada por esse governo. É importante lembrar disso na hora do voto?
Moisés – Algumas pessoas que estão se aposentando hoje tem um rendimento 50% menor do que era antes da reforma. Ou seja, a reforma trouxe uma redução drástica no valor do benefício, além de aumentar a idade mínima para a aposentadoria. Qual empresa hoje emprega pessoas com 60, 62 anos de idade? É necessário pensar que o próximo presidente da República possa minimamente adequar a regra para que ela seja mais justa com os trabalhadores. Na hora de votar é importante que o metalúrgico reflita sobre isso.
TM – O Brasil já registrou 687.690 mortes pela Covid-19 e é o 2º país no mundo com mais óbitos. O que é importante analisar sobre o comportamento do presidente durante a pandemia?
Moisés – Foi um momento trágico. Quando chega uma pandemia, é preciso seguir as orientações dos profissionais da saúde. O grande problema é que o governo apostou na imunidade de rebanho e foi a pior decisão. Então ele é responsável por grande parte das mortes. Os médicos orientaram sobre vacina, distanciamento, uso de máscara e o presidente ignorou e indicou o uso de medicamentos ineficazes. Quando dizemos que o momento da eleição é importante, é por nós, pelos nossos filhos, mas também por esses que morreram. Essas mortes poderiam ter sido evitadas, o cenário só não foi ainda pior porque temos o SUS (Sistema Único de Saúde), que precisa ser fortalecido e valorizado ao invés de atacado como tem sido por esse governo.
TM – Bolsonaro tenta a todo custo incluir as pautas de família e de religião, mas suas atitudes são de discurso de ódio, decisões em favor das armas. O quanto isso contribuiu para a escalada da violência no país?
Moisés – Sou de um tempo em que todo mundo convivia muito bem com a questão da religião, cada um com a sua. O papel do Estado não é discutir religião, o papel do Estado é discutir hospital, posto de saúde, escola, transporte público. Cada um tem que seguir a sua fé e ser respeitado. Essa política dele de armamento da população é de quem não gosta da democracia. Ficou provado na pandemia que ele não respeita e nem tem sensibilidade pelo ser humano. Ao meu ver quem anda armado é polícia ou bandido.
TM – O que o Sindicato defende e quem representa o projeto da classe trabalhadora?
Moisés – O Sindicato tem lado. O Lula representa o nosso projeto, no governo dele gerou muito emprego, dialogava com os sindicatos, movimentos sociais, empresários, prefeitos, governadores, com a oposição. O governo atual não conversa com ninguém. A posição do Sindicato é pela defesa da democracia e por um projeto que contemple a classe trabalhadora.
As duas propostas estão muito claras. De um lado, a barbárie, armamento, violência, preconceitos, a não correção do salário mínimo e das aposentadorias. Do outro, uma proposta de um país próspero, gerando renda e empregos, com acesso à educação, moradia e cultura, garantindo direitos e corrigindo a tabela do Imposto de Renda, isentando quem ganha até R$ 5 mil. Ou seja, temos claro o caminho a ser tomado! O Sindicato não irá se omitir. Nosso lado sempre foi e sempre será o lado da classe trabalhadora do país, não somente dos Metalúrgicos do ABC. E quem representa o projeto da classe trabalhadora é Lula e Haddad, aqui em São Paulo.