Sindicato defende protagonismo dos trabalhadores em debate sobre motor do futuro e as autopeças
Atividade reuniu sindicatos, universidades, poder público e empresários para discutir desafios e oportunidades na cadeia de autopeças na transição para o híbrido etanol
Os Metalúrgicos do ABC participaram na tarde de ontem, em Sorocaba, do debate “Híbrido etanol – motor do futuro”. O terceiro encontro do ciclo teve como tema “Desafios e oportunidades na cadeia de autopeças”. Participaram representantes de sindicatos, universidades, poder público e empresários.
O diretor administrativo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, mediou o painel “Quais ações necessárias para o desenvolvimento e suprimento local?”, com o diretor de tecnologia do Sindipeças, Gábor Deák, e o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Sorocaba e Região, Leandro Soares.
“Tivemos a oportunidade de discutir e debater sobre as diversas formas de eletrificação veicular, sobretudo aquelas ligadas ao etanol, além dos impactos dessas mudanças na cadeia de fornecimento de autopeças, a manutenção do veículo e toda a cadeia de serviços que está no entorno da produção”, destacou o diretor.
Trabalhador no centro do debate
Uma das preocupações constantemente levantadas pelo Sindicato em debates como este é a questão da manutenção e geração de empregos. “Entendemos que a transição energética a partir do hibrido etanol leva em consideração potencialidades e vantagens competitivas do Brasil, mas destacamos que é preciso focar nos empregos dessa cadeia produtiva. Nosso papel como Sindicato é colocar os trabalhadores na posição central desse debate”.
Outros pontos destacados pelo Sindicato foram a necessidade de pensar na qualificação profissional e em políticas industriais.
“É urgente pensar na qualificação profissional nesse processo de transição. Os trabalhadores não podem ser consequência desse processo, mas devem ser protagonistas, atuar tanto no desenvolvimento quanto na produção e manutenção desses veículos no futuro”.
“Também sabemos que há uma carência de política industrial no país para apontar quais caminhos as empresas devem seguir e essa é uma cobrança que temos feito”, completou.
Desenvolvimento regional
Wellington ressaltou que a discussão é muito importante para a região do ABC. “Aqui há uma presença muito forte de montadoras, autopeças e outras empresas que fornecem para a produção veicular. É preciso debater a transição energética no setor automotivo com foco na redução de poluentes, mas também no quanto isso implica na geração e manutenção de empregos e nas oportunidades para o desenvolvimento regional e nacional”.