Sindicato defende reconversão industrial para gerar empregos e fortalecer economia do país
Fortalecimento da indústria brasileira gera empregos e diminui a dependência de importações de insumos estratégicos
A crise que o mundo está vivendo com a pandemia da Covid-19, que levou as indústrias a praticamente pararem suas produções, escancarou o quanto o Brasil é dependente, sobretudo em áreas estratégicas, da importação de produtos que já foram produzidos ou que poderiam ser feitos aqui no país.
O diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC, Wellington Messias Damasceno, ressaltou que o Sindicato vem trabalhando fortemente em propostas de reconversão industrial para atravessar o momento e também na retomada da produção.
“A ideia de aproveitar as indústrias que hoje estão paradas para fabricação de equipamentos médico-hospitalares para combater a Covid-19, no primeiro momento, é tanto no sentido de proteger os profissionais da saúde quanto salvar as vidas das pessoas que necessitam desses equipamentos nos hospitais”, afirmou.
“E, a partir de uma produção em série, atender a demanda no Brasil, que já tinha problemas de falta de equipamentos antes da pandemia e que foram agravados agora, mas também poder fornecer para outros países”, defendeu.
Além disso, o cenário de dólar alto e a disputa global por componentes pelos grandes países industriais do mundo, com dificuldades de importação de insumos para a indústria, abre a oportunidade de o Brasil discutir a reconversão industrial e reduzir a dependência dos produtos e componentes importados.
“Isso aumentaria a segurança e a soberania nacional, sobretudo, em áreas estratégicas, possibilitando que o país atenda suas necessidades e possa ser um polo exportador, gerando empregos e renda aos trabalhadores brasileiros. Temos exemplos na área médica, como a necessidade de importação de máscaras, que seria um item para produção e que está em falta por depender, em grande parte, de importar”, explicou.
Dados da UNIDO (Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial) mostram a queda constante do valor adicionado industrial do Brasil desde 2013, quando o país ultrapassou US$ 220 bilhões. Em 2019, foram US$ 170 bilhões, o que demonstra o desmonte da indústria nacional. Confira ainda o mapa com a comparação da produção industrial entre os países do mundo.
Pacto pela indústria e pelo emprego
O Sindicato tem atuado na apresentação de propostas tanto para as esferas públicas de governo quanto para as associações empresariais com o objetivo de criar um plano articulado de reconversão industrial, nacionalização de componentes e da disponibilização de crédito para isso.
“São pontos que precisam estar bem articulados com as empresas e os governos para reorganizar e fortalecer a cadeia de produção nacional e não ficar refém do dólar nem de importações de insumos e componentes importantes para produção nacional”, disse.
“O Sindicato tem defendido um pacto em defesa da indústria brasileira com geração de emprego e garantia de direitos aos trabalhadores. Só assim conseguiremos vencer essa pandemia e depois ter condições para a recuperação da economia. Se não, iremos ainda amargar muito mais crises após a pandemia, com a crise do desemprego, da estagnação econômica e de falta de perspectivas para o povo”, argumentou.
“Fortalecer a atividade industrial é fazer girar a roda da economia para gerar empregos e renda, para que as pessoas voltem a consumir e a situação possa melhorar para os brasileiros”, concluiu.