Sindicato discute medidas para recuperação do emprego com secretário da indústria
Foto: Edu Guimarães
Na última terça-feira, 10, dirigentes do Sindicato receberam a visita do secretário de Desenvolvimento e Competitividade Industrial do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, Mdic, Igor Calvet, para debater questões primordiais relacionadas à recuperação do emprego, como eletromobilidade, indústria 4.0 e o novo regime automotivo Rota 2030.
Os representantes dos Metalúrgicos do ABC apresentaram um panorama da indústria no Brasil, sobretudo na região do ABC, destacando a perda de empregos no setor.
O estudo desenvolvido pelo Dieese “Diagnóstico do emprego industrial no Brasil e no Grande ABC” demonstra que de 2013 a 2017, o setor metalmecânico eliminou 535 mil postos de trabalho no Brasil, sendo 168 mil na metalurgia, e 130 mil no setor automotivo. Ainda segundo o estudo, o emprego metalúrgico perdeu participação de 38% para 35% na região Sudeste.
“O Brasil está perdendo indústria, ficando para trás”, destacou o diretor executivo do Sindicato responsável por políticas industriais, Wellington Messias Damasceno.
O diretor lembrou que as divulgações recentes sobre investimento no País precisam ser vistas com cautela, já que a principal preocupação dos trabalhadores é se o emprego terá crescimento proporcional aos investimentos anunciados. “Esses investimentos não refletem diretamente em geração de empregos e sim em automação, robotização e em modernização. Isso significa que vai aumentar a produtividade, mas não que ampliará postos de trabalho”.
Sobre o posicionamento do secretário em relação aos assuntos debatidos, o diretor salientou: “Ele recebeu bem as nossas propostas, mas afirmou que enfrenta dificuldades no governo. De qualquer forma, é mais uma porta que se abre para essa discussão tão necessária”.
Os dirigentes também aproveitaram a oportunidade para cobrar mais uma vez a participação do Sindicato no grupo de trabalho que discute a indústria 4.0.
Rota 2030
Hoje, os dirigentes que participam das discussões sobre o Rota 2030 se reúnem em Brasília. Porém, ainda não há consenso no governo sobre o principal ponto do regime, que estabelece as alíquotas do IPI dos automóveis.
“Uma das preocupações levantadas por nós é qual a razão de a empresa investir aqui se não tiver a contrapartida que tinha com o Inovar-Auto, isso é um desestímulo”, ressaltou Wellington.
O Inovar-Auto beneficia empresas que investem em tecnologia, desenvolvimento, pesquisa e eficiência energética.
Da Redação.