Sindicato dos Metalúrgicos em nova luta para melhorar a qualificação profissional no ABC

Com proposta que será apresentada na Agência Regional de Desenvolvimento, o Sindicato defenderá a criação de cursos organizados pelo Senai e universidades do ABC. Hoje, o diagnóstico é o de que a formação que os jovens recebem não está em sintonia com as necessidades das empresas.

O Sindicato vai propor na Agência Regional de Desenvolvimento que sejam criadas condições para que o Senai (Serviço Nacional da Indústria) e as universidades do ABC firmem convênios para atender a demanda por formação profissional dos trabalhadores na região.

Pesquisa divulgada pelo IBGE apontou que, dos oito milhões de brasileiros que estavam desocupados em 2007, cinco milhões (66% do total) nunca tinham frequentado cursos de educação profissional como aulas de qualificação para o trabalho, curso técnico de nível médio ou graduação tecnológica.

“Já havíamos identificado esse problema durante o seminário ABC do Diálogo e do Desenvolvimento, que o Sindicato organizou junto com outras entidades da sociedade civil para debater os problemas da região em março”, afirma o vice-presidente Rafael Marques.

Ele lembra que a falta de formação profissional também foi percebido pelo  governo federal, tanto que o principal foco de atual do Ministério da Educação, durante o segundo mandato do presidente Lula foi o investimento em ensino profissional.

Falta sintonia
O problema afeta principalmente os jovens, segmento onde o levantamento identificou outro problema: a falta de recursos é o principal motivo que impede pessoas entre 15 e 17 anos frequentar cursos profissionais.

“A formação educacional que o jovem recebe não tem sintonia com a necessidade de mão de obra das empresas”, observa Rafael. “Por isso são necessários os cursos extras”, prossegue. “E não vejo ninguém melhor preparado para isso que o Senai”, explica o dirigente, que nos próximos dias será empossado como representante da CUT no Conselho Nacional do Senai.

Seminário defende capacitação
A precariedade da formação profissional dos trabalhadores brasileiros já havia sido apontada no seminário ABC do Diálogo e do Desenvolvimento, que o Sindicato e outras entidades da sociedade civil organizaram para debater os problemas da região nos dias 11 e 12 de março.

Sob o título de capacitação profissional, o grupo de políticas públicas aprovou proposta para desenvolver um grande projeto de qualificação profissional com a participação do setor empresarial, sindicatos de trabalhadores e prefeituras, para atender as demandas dos segmentos em expansão, garantindo a utilização da capacidade instalada na região.

Já o grupo mercados e potencialidades da região defendeu quatro pontos para garantir a formação e qualificação dos trabalhadores:
1) Garantir processos permanentes de formação e qualificação profissional de trabalhadores como, por exemplo, o Projeto Alquimia.

2) Apoiar a inovação tecnológica e a qualificação dos trabalhadores.

3) Identificar as necessidades das empresas e de trabalhadores e garantir recursos públicos para efetuar a qualificação necessária.

4) Criar observatório regional voltado para a qualificação.

Da Tribuna Metalúrgica