Sindicato dos Químicos do ABC divulga nota de repúdio a demissões

Entidade reclama que empresa que demitiu 45 na Região não a procurou para negocia

Diante do anúncio de 63 demissões, sendo 45 na Região do ABC, a diretoria do Sindicato dos Químicos do ABC vem a público manifestar sua indignação pela ausência de diálogo e negociação, bem como reafirmar seus princípios  cutistas de não aceitar redução de direitos e propor medidas concretas para evitar atitudes irresponsáveis socialmente.

O Sindicato dos Químicos do ABC representa cerca de 40 mil trabalhadores de aproximadamente 900 empresas da região do ABC paulista, dos setores Petroquímico, Resinas Sintéticas, Químico para fins industriais, transformação plástica, farmacêutico, Cosméticos, Tintas e Vernizes, Armas e Munições, entre outras.

Abaixo, a integra da nota:

Nota Pública do Sindicato dos Químicos do ABC
sobre as demissões na Quattor
A Diretoria do Sindicato dos Químicos do ABC vem a público repudiar a injustificada
demissão de 63 trabalhadores da Petroquímica Quattor – sendo 45 trabalhadores das unidades daempresa no pólo petroquímico de Capuava, no ABC – comunicadas sem que houvesse nenhuma negociação prévia com o Sindicato.

Em novembro do ano passado, a empresa já havia demitido, da mesma forma, 100 trabalhadores, alegando “sobreposições de funções e de áreas, além da necessidade de redução de custos”, por conta da fusão entre Unipar, Suzano, Polietilenos União e PQU que resultou na atual Quattor – empresa da qual a Petrobras detém 37,3% de participação acionária, e o BNDES outros 6,6%.Agora, a empresa alega novamente necessidade de “redução de custos”, só que por conta de efeitos da conjuntura econômica sobre os negócios da empresa.

Em nenhum momento a empresa tornou público ou comunicou o Sindicato sobre eventual situação de dificuldade. E, se a empresa não assumisse a postura retrógrada de evitar o diálogo e, com isso, inviabilizar a negociação coletiva, certamente poderíamos avaliar e efetivar medidas negociadas que evitassem a demissão, último recurso a que qualquer empresa deve recorrer.
Estas demissões refletem e reforçam o caráter conservador e irresponsável da direção da empresa, que os trabalhadores já conheciam da Unipar. Será esta a cultura que predominará na Quattor?

Reiteramos as posições do Sindicato que tornamos públicas em 23 de janeiro, após análise da
conjuntura econômica internacional e de seus efeitos sobre a produção industrial no setor, na região.

Com muita ênfase e convicção, apoiamos e reiteramos as decisões e diretrizes da Central Única dos Trabalhadores – CUT, que rejeitam o caminho da recessão, do desemprego e da supressão de direitos e mobilizam os trabalhadores para defender os seus empregos, os seus salários e os meios de sustentação digna de suas famílias.

Não economizaremos esforços para barrar os oportunistas de momento, ao mesmo tempo em que procuraremos o Governo Federal – Petrobras e BNDES em particular – a empresa e as entidades representativas dos empregadores do ramo, além do Governo do Estado de São Paulo para propor medidas concretas como a manutenção do nível de emprego e a redução efetiva do ICMS para os setores de resinas sintéticas e de transformação plástica.
Por isso estamos convocando os trabalhadores para assembléias no dia 6 de fevereiro, próxima sextafeira.

Temos convicção de que iremos superar as dificuldades da conjuntura, sobretudo pelos efeitos
positivos das medidas adotadas pelo governo federal destinadas a proteger o emprego e o
crescimento da economia, como o aumento da oferta de crédito e do investimento do PAC.
Temos a certeza de que, mobilizados, iremos superar posturas arcaicas e anti-sindicais como as que, infelizmente, têm assumido a direção da Quattor.

Santo André, 4 de fevereiro de 2009.
Diretoria do Sindicato dos Químicos do ABC

 

Da Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Químicos do ABC