Sindicato e CNM/CUT debatem com governo federal e representantes da América Latina integração das cadeias produtivas
Encontros aconteceram com membros dos ministérios do Trabalho e Emprego e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, em Brasília, na semana passada
Os Metalúrgicos do ABC e a CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT) articularam reuniões no último dia 5, em Brasília, com sindicalistas da América Latina e representantes dos ministérios do Trabalho e Emprego (MTE) e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) para elaborar um plano de desenvolvimento na integração das cadeias produtivas internacionais entre os países latino-americanos de forma autônoma e soberana.
Para o presidente do Sindicato, Moisés Selerges, é sempre importante a união da classe trabalhadora em lutas comuns. “Que este encontro reverbere positivamente em pautas para nossos povos”, disse o dirigente. “No MTE, por exemplo, foram tratados temas como a integração latino-americana, com foco nas relações de trabalho, legislação trabalhista e sindical e o fortalecimento das relações regionais”.
“A partir de agora, vamos realizar um grupo de trabalho latino-americano para debatermos essa integração regional e legislativa, além de ampliar a articulação com o governo brasileiro e sindicatos da América Latina”, explicou Moisés.
A audiência foi acompanhada pelo ministro Luiz Marinho; pelo secretário-executivo do MTE, Francisco Macena; o secretário de Relações do Trabalho, Marcos Perioto; e o secretário Nacional de Economia Popular e Solidária, Gilberto Carvalho.
No MDIC
O secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Maicon Michael Vasconcelos, que também acompanhou as duas reuniões, contou que o diálogo do grupo no MDIC abordou a questão do acordo Mercosul e União Europeia, no qual todos os sindicatos apresentaram suas preocupações. “O acordo reedita a relação colonial centro e periferia, onde os países centrais do mundo capitalista vendem produtos acabados para os países da periferia do capitalismo, utilizando as matérias-primas desses países periféricos. É uma relação que existe, particularmente falando do Brasil, há 524 anos, no mínimo, e a gente não pode mais aceitar isso”.
A China também foi pauta do encontro. “Temos que avançar e aproveitar as possibilidades que o país asiático nos dá como parceiros e não reproduzir a relação neocolonial que temos, até o momento, com a União Europeia e com os Estados Unidos. O desafio é fornecer sem reprimarizar nossa economia. Pelo contrário, queremos também fornecer bens e produtos com valor agregado”.
Maicon destacou que, além do governo brasileiro atender prontamente a pauta dos sindicalistas, foram debatidas ainda perspectivas da integração produtiva principalmente no setor aeroespacial, nuclear, automotivo e naval.
Na comitiva de sindicalistas do setor da indústria da América Latina estavam o secretário-geral de Constramet do Chile, Horacio Fuentes; o secretário-geral da Federação dos Trabalhadores da Indústria da Argentina, Pedro Wasiejko; e a secretária-geral adjunta da Confederação dos Sindicatos da Indústria da Argentina e vice-presidente da IndustriALL Global União para América Latina e Caribe, María Soledad Calle.