Sindicato é contra mudanças

Para Sérgio Nobre, presidente do Sindicato, o sistema não combaterá fraudes, como pretende, e trará transtornos aos trabalhadores.


Sindicato exige ressalvas

Portaria do Ministério do Trabalho determina que a partir de 21 de agosto as empresas deverão trocar seu sistema de ponto eletrônico por um que emita um tíquete cada vez que o trabalhador passar seu crachá. As empresas que mantém o ponto mecânico, com cartão, ou manual, não precisarão mudar.

“O sistema não combaterá fraudes como pretende e trará transtornos como tempo em filas e cuidados com a guarda do extrato”, prevê Sérgio Nobre, presidente do Sindicato.

Amanhã ele participa de reunião no Ministério para discutir o assunto.

Mesmo horário
Para o dirigente, o sistema não impede a empresa de obrigar o trabalhador bater o ponto e continuar trabalhando. “Se depois ele for reivindicar horas extras na Justiça, o extrato será Rossana Lana uma prova contra o próprio companheiro”, comenta.

Hoje, um juiz decide processo dessa natureza com base em depoimento de testemunhas.

Outro problema apontado é que a falta de papel de impressão interrompe o funcionamento da máquina porque o trabalhador não pode ficar sem o extrato.

“Imagine se isto acontece nas grandes empresas, com os ônibus chegando no mesmo horário”, aponta Sérgio Nobre.

Para o presidente do Sindicato, o problema das fraudes não será resolvido com o novo sistema, mas com a atuação sindical no local de trabalho. “O Ministério deveria ter consultado antes os trabalhadores”, afirma.

Ele vai exigir ressalvas na portaria para resguardar sistemas que funcionam bem no qual o controle de ponto é conferido pelos trabalhadores, como ocorre em várias fábricas da base.

“O papel do Estado deveria ser fortalecer a negociação coletiva em casos assim”, finaliza Sérgio Nobre.