Sindicato e CUT condenam golpe no Paraguai

Presidentes do Sindicato, Sérgio Nobre, e da CUT Nacional, Artur Henrique, manifestaram-se com firmeza contra o golpe no Paraguai e defenderam o retorno da democracia no País


Pixação condena novo “presidente” Federico Franco. Foto: Reuters

Em nota divulgada nesta terça-feira (26) à imprensa, o presidente nacional da CUT, Artur Henrique, condenou com veemência o golpe dado pelo Parlamento do Paraguai, que destituiu o presidente constitucionalmente eleito no país, Fernando Lugo.

No mesmo documento, o dirigente apoiou as iniciativas da Unasul (União de Nações Sul Americanas) e do Mercosul (Mercado Comum do Sul), entidades que reúnem a maioria dos países da América do Sul e não reconhecem o político empossado de forma ilegítima no posto de Lugo.

Também nesta terça, o presidente do Sindicato, Sérgio Nobre, destacou que a manutenção da democracia é fundamental para o relacionamento do Brasil com todos os demais membros do Mercosul – Argentina, Paraguai e Uruguai –, pois eles formam o segundo maior parceiro comercial do País.

“A manutenção das instituições é fundamental para dar tranquilidade e continuidade aos acordos comerciais que têm relação direta nos empregos dos brasileiros”, destacou o dirigente.

Como exemplo, citou o setor automotivo, onde as relações de trocas dos quatro países atingem cifras que chegam a milhões de dólares.

“Sempre lutamos e lutaremos contra ditaduras e golpismos e em defesa da democracia”, afirmou Sérgio Nobre. “Não aceitamos viver sob a ameaça de golpes que perturbem a estabilidade necessária para o desenvolvimento do País e a manutenção dos direitos”, concluiu.


Leia a nota da CUT Nacional:

Pela volta imediata da democracia no Paraguai

Queremos manifestar nossa profunda preocupação com os destinos do Paraguai, que viveu novamente um abalo em sua institucionalidade, após a consumação do golpe do Parlamento, que no último dia 22 de junho passado destituiu o Presidente Fernando Lugo.

Consideramos corretas as iniciativas dos presidentes e presidentas dos países da Unasul, que imediatamente se mobilizaram em defesa da constitucionalidade paraguaia e, frente o afastamento ilegítimo de um Presidente democraticamente eleito, rechaçaram veementemente o ocorrido. Alguns governos inclusive já decidiram retirar seus representantes diplomáticos do país.

Apoiamos fortemente a decisão das presidentas e presidentes do Mercosul e Estados Associados (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Peru, Uruguai e Venezuela), de não aceitar a presença do presidente golpista paraguaio na próxima XLIII Reunião do Conselho do Mercado Comum do Mercosul e na Cúpula dos chefes de Estado, que serão realizadas em Mendoza, na Argentina, nos dias 28 e 29 de junho.

Com essa medida os e as  Chefes de Estado referenciam-se no  Protocolo de Ushuaia sobre Compromiso Democrático no  Mercosul, assinado em 24 de julho de 1998, reafirmando que a garantia da vigência das instituições democráticas é condição essencial para o desenvolvimento do processo de integração.

Defenderemos junto a nosso governo que pressione o máximo possível o atual governo ilegítimo do Paraguai para que reconduza o país de volta ao regime democrático o mais breve possível. Defendemos e alertamos também para que as medidas de pressão que sejam efetivadas preservem sempre as condições de vida e de trabalho do povo paraguaio, mais uma vez golpeado em seu mais fundamental direito.

Nós estamos em contato com as centrais sindicais do Paraguai e, conjuntamente com o sindicalismo latino-americano, especialmente do Mercosul, pretendemos apoiar a luta dos trabalhadores paraguaios e paraguaias em defesa da democracia e o respeito à vontade do povo, que em 2008 elegeu o Presidente Lugo e que deve ser quem decida efetivamente sobre os destinos do país”.

Artur Henrique da Silva Santos
Presidente


Da Redação