Sindicato e FEM-CUT entregam reivindicações da Campanha Salarial 2023 ao Grupo 3
Bancada patronal composta pelo Sindipeças, Sindiforja e Sinpa foi a última a receber documento. Negociação já está agendada para o início de agosto

Os Metalúrgicos do ABC participaram ontem da última entrega da pauta da Campanha Salarial 2023. A bancada patronal do Grupo 3 (Sindipeças, Sindiforja e Sinpa) recebeu as reivindicações da categoria pelos dirigentes da FEM-CUT (Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT). No último dia 6, foi a vez do Grupo 2 (Sindimaq e Sinaees), Grupo 8-3 (Simefre, Siamfesp e Sinafer), Sindratar, Siniem, Siescomet, Sicetel, Grupo 10 (Fiesp e aeroespacial), Sifesp e Sindicel.
“Entregamos a pauta ao Grupo 3 e já marcamos reunião para o começo de agosto, assim como nos outros grupos patronais que também já têm agenda para começar as negociações”, disse o presidente da Federação, Erick Silva. “Foi muito especial poder mostrar, assim como no Sindicel e na Fundição, os dados sobre pisos, tetos, massa salarial, média e rotatividade, que são temas que importam muito à categoria este ano”.

“Neste processo de negociação também temos um cuidado especial com a redução de jornada, que deve ser feita para todos, e com várias cláusulas de direitos às mulheres, buscando a correção das desigualdades históricas no nosso país”, afirmou Erick.
Segundo o presidente da FEM-CUT, a companheirada deve seguir atenta às assembleias nos sindicatos e a seus jornais, para o processo de construção da Campanha Salarial rumo à vitória merecida pelos trabalhadores metalúrgicos do Estado de São Paulo.
Expectativa

Para o coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, é muito significativa a entrega da pauta ao Grupo 3 porque a maioria da base hoje dos Metalúrgicos do ABC corresponde às autopeças. “Cria-se uma expectativa, pois os trabalhadores ficam atentos às reuniões, esperam as assembleias nas fábricas e o Sindicato não faz isso sozinho”.
“Tivemos a entrega da pauta, mas a mobilização é no dia a dia na base, inclusive com os patrões vendo que os trabalhadores estão empenhados na Campanha Salarial. Tudo isso faz a diferença na mesa de negociação. É o trabalhador metalúrgico mostrando que quer o aumento, quer a Convenção Coletiva assinada e que está disposto à luta. É isso que os negociadores do Grupo 3 têm que enxergar, que estamos prontos para negociar, mas se precisar de algo a mais, estamos mobilizados”.
Pauta parcial

“O Grupo 3 tem uma pauta parcial, pois no ano passado fizemos acordo das cláusulas sociais por dois anos e, em 2023, serão discutidas apenas as questões econômicas”, lembrou o coordenador da Regional Diadema, Antonio Claudiano da Silva, o Da Lua. “Isso não significa que será uma negociação fácil. Nossa base tem muitos trabalhadores que pertencem a esse Grupo e precisamos que os companheiros estejam mobilizados e organizados para que a gente conquiste um bom acordo que contemple a todos”.
O coordenador de área em São Bernardo, Jonas Brito, destacou que o momento é importante à classe trabalhadora, pois é a primeira campanha após o desmonte dos direitos trabalhista com o fim do governo fascista. “Este é um momento de retomada, de esperança e de luta. A entrega foi marcada pela exposição da desvalorização do salário nos últimos anos e foi colocada a importância da retomada da valorização dos pisos, do teto e da média salarial”.
Segundo o dirigente, a valorização do salário é muito importante, pois ajuda a diminuir as dificuldades sociais, ajuda os trabalhadores a terem mais acesso a uma alimentação digna e uma vida melhor.
Reconstrução

O slogan deste ano é “A luta continua pela reconstrução dos direitos, dos salários e da democracia”. Os eixos da Campanha Salarial: reposição da inflação, aumento real, valorização dos pisos salariais, valorização das convenções coletivas de trabalho, redução da jornada sem redução de salário e redução dos juros.
Neste ano, serão negociadas a pauta cheia, que contempla as cláusulas econômicas e sociais, e a pauta parcial, apenas com G3 e Sindicel, que negociará apenas as cláusulas econômicas, já que a Convenção Coletiva de Trabalho assinada no ano passado vale até 2024.