Sindicato e Unesp debatem situação da Indústria 4.0 no Brasil e no mundo

No último dia 16, foi realizada a segunda palestra do ‘Ciclo de Debates Indústria 4.0’, promovido pelos Metalúrgicos do ABC em parceria com a Unesp.

A condução do tema ‘Projetos Internacionais’ ficou a cargo do professor no Departamento de Engenharia de Produção da Escola Politécnica da USP, Mario Sergio Salerno.

O debate virtual foi aberto pelo coordenador da Regional Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra, Marcos Paulo Lourenço, o Marquinhos, que destacou a relevância da discussão para a categoria.

“Nós do ABC vemos bastante importância nesse tema para tratar questões relacionadas à indústria e ao trabalho. Esse ciclo de palestras servirá para coletarmos informações com quem domina o assunto, e com isso criar condições de debater o tema com mais embasamento”.

Falta o básico

O professor Mario Sergio argumentou que para a implantação da Indústria 4.0 no Brasil ainda são necessários alguns fatores essenciais. “A adoção e implantação de uma Indústria 4.0 depende da resolução de muitos problemas técnicos, como a velocidade, qualidade e regulamentação de tecnologias de infraestrutura, por exemplo o 5G, além de mão de obra qualificada e criação de políticas públicas”.

O especialista completou avaliando que, países como o Brasil, só conseguirão avançar, caso invistam em desenvolvimento e inovação. “O que há em comum entre França, Alemanha, China, Estados Unidos e Índia é que eles têm uma visão de que o desenvolvimento do futuro, vai ser baseado fortemente em inovação. O Brasil precisa se preparar e estimular isso, é uma coisa básica”.

Exemplos

“A China tem uma política muito inteligente, que é o estímulo à compra de empresas no exterior para absorverem novas tecnologias. Enquanto ficamos discutindo se o BNDES deve investir ou não em operações internacionais, os chineses estão em ação no mercado e aprimorando suas tecnologias”.

“Os Estados Unidos é um dos países em que o estado mais influencia o desenvolvimento científico e tecnológico. Eles possuem um conjunto de políticas de estado, ligadas à defesa e energia, que já foram responsáveis pela criação de várias tecnologias, e tudo isso é feito com planejamento tecnológico de longo prazo”, exemplificou o palestrante.

Próximo encontro

Os eventos são realizados quinzenalmente, e apenas dirigentes sindicais inscritos podem participar. O próximo debate será sobre as Iniciativas públicas rumo à Indústria 4.0 Brasil, e contará com a presença de Ana Cristina Costa, do BNDES.