Sindicato entra com ações na próxima semana
O secretário-geral do Sindicato, Wagnão, explica como serão as ações, durante a assembleia geral extraordinária
Correção gira em torno de 57,7% e 88,3%
O Sindicato entrará na próxima semana com duas ações coletivas contra a Caixa Econômica Federal, representando toda a base. A decisão foi aprovada ontem pela manhã durante assembleia geral extraordinária realizada na Regional Diadema.
“Queremos recuperar as perdas ocorridas desde 1999 até agora na correção do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, o FGTS, em relação à inflação”, afirmou o secretário-geral Wagner Santana, o Wagnão.
Cuidados
Wagnão explicou que o Sindicato se preocupou em elaborar um processo com a justificativa jurídica e a argumentação técnica muito bem fundamentadas, pois elas são determinantes para a compreensão dos tribunais em relação ao que reivindicamos.
“Tanto no desenvolvimento das ações quanto na decisão da direção, noticiada pela Tribuna Metalúrgica, até o presente momento, o Sindicato esteve empenhado em elaborar este parecer de forma bem qualificada, o que foi ratificado na assembleia na Regional Diadema”, destacou o dirigente.
“Este é um procedimento que reforça o papel de substituto processual do Sindicato para esta ação. Desta forma, já temos condições de, na próxima semana, darmos entrada nestas duas ações”, garantiu Wagnão.
TR
Segundo ele, será questionada a aplicação da Taxa Referencial, a TR, como fator de correção, pois nos últimos anos ela ficou abaixo da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor, o INPC.
“Serão duas ações coletivas na Justiça Federal. Uma em São Bernardo, para defender os interesses dos companheiros de São Bernardo e de Diadema. Outra em Santo André, para defender os interesses dos companheiros em Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra”, prosseguiu o dirigente.
Autor das ações
Nas duas ações, o Sindicato irá atuar como substituto processual da categoria, isto é, será o autor das ações.
“É a melhor maneira de viabilizar rapidamente o processo. Basta imaginar como seria difícil se tivéssemos de ajuizar ações individuais para cerca de 90 mil trabalhadores, sendo 60 mil da ativa mais 30 mil aposentados, sem falar daqueles que se desligaram desde 1999”, afirmou Wagnão.
“Calculamos que as diferenças podem girar entre 57,7% e 88,3%, dependendo de cada caso, pois cada trabalhador tem direito a valores diferentes”, finalizou.
Demora
Também durante a assembleia, o presidente do Sindicato, Rafael Marques, lembrou que os processos podem demorar vários anos até serem concluídos, provavelmente pelo Supremo Tribunal Federal, o STF, e não existe garantia de vitória.
“Tanto nossas ações quanto as que vão surgir em todo o País criarão um ambiente de negociação. O nosso Sindicato tem muita história e responsabilidade e não estaria empenhado neste processo sem levar em conta uma série de preocupações sobre o tema”, concluiu Rafael.
Da Redação