Sindicato entrega hoje pauta da Campanha Salarial 2024 na Mercedes
Em assembleia na manhã de ontem, trabalhadores aprovaram os itens apresentados pelo CSE na fábrica. A data-base na montadora é 1º de maio
O Sindicato e o CSE (Comitê Sindical de Empresa) na Mercedes, em São Bernardo, entregam hoje à direção da montadora a pauta da Campanha Salarial 2024. Em assembleia realizada na manhã desta terça-feira, dia 20, trabalhadores e trabalhadoras aprovaram as reivindicações apresentadas pelo presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges. A data-base na montadora é 1º de maio.
“Queremos iniciar a discussão com a empresa agora em fevereiro e garantir um calendário de negociações porque, quando chegar o mês de maio, temos a obrigação de ter construído uma proposta para trazer à assembleia para a apreciação de todos”, disse Moisés.
Segundo o dirigente, as perspectivas de produção na Mercedes este ano se mostram melhores ante 2023. “Tivemos um aumento de produção o que justifica a pauta apresentada. Esta assembleia é necessária, pois a empresa tem que saber que a pauta que vamos entregar na reunião desta quarta está fortalecida pela categoria”.
Na pauta
Antes da apresentação dos itens, o presidente do Sindicato lembrou que estes são apenas alguns pontos já definidos e, com o avanço das negociações, novos serão incluídos no diálogo junto a empresa.
“Nós, trabalhadores na Mercedes, temos que reajustar nossos salários porque somos nós que produzimos a riqueza aos acionistas desta fábrica de ônibus e caminhões. Queremos a reposição do INPC e isso incluiu o reajuste no vale alimentação. Também não abrimos mão do aumento real”.
A renovação das cláusulas sociais do acordo coletivo ainda vigente é outra questão importante e, de acordo com Moisés, com benefícios que muitas vezes passam despercebidos, mas fazem uma diferença enorme no dia a dia do chão de fábrica.
“Temos, inclusive, um ponto que se tornou realidade principalmente após a pandemia e atinge diretamente os trabalhadores na área administrativa: o home office. Precisa existir uma regulamentação sobre este tema, com uma política de transparência que não tem hoje na Mercedes. O convênio médico é outro impasse. Hoje o oferecido é muito ruim, com descredenciamento na rede e falhas nos atendimentos, precisamos mudar isso”, declarou.
Futuro da planta
Moisés ainda destacou que, apesar de todos os itens mencionados, a discussão sobre o futuro da Mercedes na região deve pesar na mesa de negociação. “O que é que nós iremos fazer aqui nesta planta no futuro? Vocês viram e acompanharam pela Tribuna a Volks anunciando investimentos em suas unidades pelo país, carros híbridos. A General Motors também vai anunciar investimentos. E a Mercedes?”, indagou.
“Nós estamos passando por um processo de eletrificação dos veículos. Aqui, na Mercedes, fabricamos ônibus e caminhões e quais investimentos teremos para manter essa fábrica em São Bernardo e gerar empregos? Essa questão é fundamental e, talvez, seja um dos pontos mais importantes desta pauta”.