Sindicato exige respeito aos direitos dos demitidos na Arteb e cobra medidas de futuro
Todos estão convocados para assembleia hoje, às 8h, na qual serão apresentados os resultados da reunião entre o Sindicato e a empresa, realizada ontem
Orientados pelo Sindicato, que cobra providências da direção da fábrica, os trabalhadores na Arteb seguem de braços cruzados após os anúncios de demissões na planta de São Bernardo. Em reunião na tarde da última terça-feira, 26, o RH da empresa comunicou ao Sindicato que 200 pessoas foram demitidas.
Na manhã de ontem, em nova assembleia, a direção dos Metalúrgicos do ABC conversou com o pessoal sobre o andamento das negociações e foi decidido que a produção segue parada.
O secretário-geral dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, explicou que o Sindicato cobra ações que garantam o futuro da empresa, transparência e o pagamento a todos os que foram desligados.
“Discutimos o futuro da Arteb sobre a recuperação judicial e produção. A empresa nos disse que no segundo semestre deste ano tem um contrato fechado com a Fiat, isso deve acontecer a partir de setembro, o que traria um gás para a empresa continuar produzindo. Sobre as demissões, estamos buscando uma saída e uma situação menos traumática possível”.
Todos os companheiros e companheiras estão convocados para assembleia que será realizada hoje, às 14h, na porta da fábrica, na qual serão repassados os encaminhamentos e o conteúdo da reunião realizada entre Sindicato e direção da fábrica na tarde de ontem.
Falta de política industrial
O coordenador do CSE Francisco Lourival de Lima, o Chiquinho, lembrou que a situação na Arteb, de 2016 para cá, vem se agravando cada vez mais. “Em 2016 fomos pegos totalmente de surpresa com a demissão de 370 companheiros e companheiras”.
A respeito dos desligamentos recentes, o dirigente ressaltou que grande parte desses trabalhadores são veteranos com mais de 20 anos de empresa.
O fechamento da Ford e a falta de políticas industriais para alavancar a economia são fatores que refletem diretamente na atual situação da fábrica, avaliou. “Também tem o agravante do governo que não tem um plano de incentivo à economia, não tem uma política voltada para o desenvolvimento da indústria, tudo isso afeta. A Arteb é uma empresa de conteúdo nacional, não é uma multinacional que busca conteúdo lá fora, então qualquer efeito externo reflete muito forte aqui”.
Chiquinho citou como exemplo a situação da Ford. “A Sian, empresa do Grupo na Bahia, ajudava a compor os gastos aqui, com o fechamento da Ford, lá fechou também e a Arteb ficou sem essa ajuda, só piorou o que já estava ruim. Por tudo isso nossa mobilização é muito importante neste momento, precisamos lutar para que essa empresa volte a ter credibilidade no mercado e valorize seus profissionais”.