Sindicato forte, em defesa do emprego

Na próxima semana, de Quarta, 26 a Sexta-feira, 28 de maio, vamos realizar eleições para renovar a diretoria do nosso Sindicato, o dos Metalúrgicos do ABC. Ao longo destes anos, o leitor acompanhou a vida deste Sindicato e conhece sua importância para os metalúrgicos do ABC, para a região e até mesmo para os trabalhadores de todo o país.

As atuais dificuldades enfrentadas pela classe trabalhadora tornam nossas responsabilidades ainda maiores. O desemprego continua crescendo. A política do atual governo, sustentado pelo FMI, consiste em socorrer banqueiros, abafar escândalos de corrupção, cortar gastos sociais. Juros altos fazem as vendas caírem. Enfraquecendo o comércio, as fábricas diminuem a produção e demitem. O resultado é um Brasil mais triste, violento e sem esperança. Na nossa região um em cada cinco trabalhadores estão desempregados.

Precisamos mudar esta realidade. E isso só será conseguido se os trabalhadores, ao lado de toda a sociedade, tivermos decisão e coragem. É aí que entra a importância da eleição do nosso Sindicato. O leitor tem acompanhado a resistência de nossa categoria contra o desemprego. Com dificuldades temos conseguido arrancar resultados importantes, entre eles a revisão das 2800 demissões decretadas pela Ford no Natal de 98.

Para conseguir esta vitória foi fundamental a luta dos próprios companheiros daquela empresa. Com a posição firme, de resistência, e com a solidariedade de toda a comunidade, nós do Sindicato tivemos condição de ir à Brasília falar com FHC e falar com ACM. Conversamos também com Covas, Itamar, Garotinho, Olívio Dutra para mostrar que o assunto era de interesse do Brasil inteiro.

Provamos que, se a gente resiste e luta e, ao mesmo tempo, apresenta propostas, conversa, dialoga, colhemos bons frutos. Por 60 dias – através de um Acordo Emergencial – conseguimos reduzir o IPI dos automóveis e as vendas voltaram a crescer. O que acontece no setor de automóveis é semelhantes aos demais setores: autopeças, máquinas, eletrodomésticos, etc. Com o Acordo, foi possível, até agora, barrar as demissões. Mas as montadoras lançaram novas tabelas de preços. Nossa resposta foi a mobilização como você viu. Deixamos claro que, se houver demissões, é guerra. Uma forma de relembrar a frase de Lula, “para que ninguém, nunca mais, duvide da capacidade de luta da classe trabalhadora”.

É neste clima de enfrentamento pela renovação do Acordo Emergencial e das nossas garantias de emprego que estamos realizando estas eleições. Daí a sua importância não só para os trabalhadores, como também para a própria região que nos tem como parceiros em vários projetos da comunidade, a exemplo do Mova Regional. O comparecimento massivo às urnas, por parte de toda a categoria, vai significar mais um reforço à nossa luta. São respostas de mobilização que fazem com que nossa categoria mereça o respeito que conquistou.

Pelo novo estatuto do Sindicato, a eleição é feita em duas fases. Na primeira, que foi em abril, trabalhadores de 68 empresas fizeram uma eleição dentro da fábrica para escolher o seu Comitê Sindical de Empresa, além de um Comitê para os aposentados, indicando um total de 192 membros da Direção Plena. Na semana que vem será eleito o Conselho da Executiva da Direção e o Conselho Fiscal, por voto direto de todos os associados.

Tive a grande honra de ser escolhido para encabeçar a única chapa que concorre a esta fase das eleições, a Chapa 1, “Unidade e Luta”. Para nós o simples fato de não haver outra chapa disputando nosso Sindicato já é uma prova do reconhecimento do trabalho sério, firme e responsável que temos realizado ao lado de uma diretoria competente e eficiente.

Aliás, a indicação de meu nome, por parte da Revista Time e da Rede de TV norte-americana, a CNN, como uma das 50 lideranças do próximo milênio, é também, emblemática. O leitor, que acompanhou este noticiário, sabe que a indicação,