Sindicato, governo federal e dirigentes argentinos articulam integração latino-americana em Brasília
Reunião com presidente Lula reforça compromisso conjunto pela reindustrialização, soberania e defesa dos direitos trabalhistas

O presidente dos Metalúrgicos do ABC, Moisés Selerges, esteve em Brasília ao lado do presidente Lula e dos dirigentes argentinos Abel Furlan e Osvaldo Lobato, representantes da UOM (União Obreira Metalúrgica da Argentina), na última segunda-feira, 20. O encontro marcou mais um passo importante na construção de uma agenda conjunta entre os trabalhadores do Brasil e da Argentina em defesa da indústria, da soberania e da democracia na América Latina.
Durante a reunião, os líderes discutiram os desafios da produção nos dois países, a necessidade de uma integração regional e os impactos das políticas econômicas sobre emprego e direitos. Segundo Moisés, o diálogo com os “hermanos” é histórico e estratégico.
“Foi uma conversa produtiva, marcada por sintonia e compromisso com a luta da classe trabalhadora. É sempre uma alegria estar com os argentinos que seguem firmes na defesa de uma América Latina mais justa e soberana”, afirmou.

Para ele, a relação entre os movimentos sindicais brasileiro e argentino é sólida por se apoiar em valores comuns e desafios semelhantes. “Tanto o Brasil quanto a Argentina enfrentam, historicamente, períodos de ataques à indústria e retrocessos sob governos conservadores, que enfraquecem a produção e tentam calar os trabalhadores. Já as gestões progressistas colocam a reindustrialização no centro da agenda e retomam o diálogo com os sindicatos”, explicou.
Luta comum
Moisés destacou que o Brasil vive um momento de reconstrução, com um governo que voltou a valorizar o trabalho e a produção nacional. Já a Argentina atravessa uma fase difícil sob Javier Milei, marcada por políticas de ajuste, repressão sindical e ataques à classe trabalhadora.
“Por isso, o diálogo entre nós precisa ser permanente. É essencial fortalecer os laços de solidariedade entre os sindicatos latino-americanos porque o que acontece em um país repercute no outro. A luta é comum e os desafios também”, ressaltou.
No encontro, Abel Furlan apresentou a Lula as preocupações do sindicalismo argentino com as medidas do governo Milei e entregou uma carta do governador de Buenos Aires, Axel Kicillof, saudando o presidente brasileiro e celebrando o diálogo entre os dirigentes.
O clima, segundo Moisés, foi de compromisso com o futuro. “Falamos sobre as dificuldades, mas também sobre as perspectivas. Foi uma conversa de esperança para a Argentina e para o Brasil, que compartilham o sonho de uma região mais justa, integrada e soberana”.
O próximo passo será a visita de uma delegação dos Metalúrgicos do ABC à Argentina, a convite da UOM, para ampliar o intercâmbio e fortalecer a unidade dos trabalhadores latino-americanos. “Seguiremos lado a lado porque somos povos irmãos. A solidariedade é o que nos faz mais fortes”, concluiu.