Sindicato inaugura Ponto de Vida e Dignidade com a presença do padre Júlio Lancellotti

Água potável e sabonete são disponibilizados a quem mais precisa em espaço na calçada em frente à Sede

Foto: Adonis Guerra

Os Metalúrgicos do ABC inauguraram o Ponto de Vida e Dignidade, com água potável e sabonete, na tarde de sábado, dia 25, na calçada em frente à Sede. O espaço recebeu o nome do padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua e vigário da paróquia São Miguel Arcanjo, na Mooca, em São Paulo.

O padre, que tinha feito o pedido à diretoria do Sindicato, participou da inauguração e foi homenageado pelo seu trabalho incansável na defesa das pessoas mais vulneráveis e oprimidas.

“O principal da garantia do acesso à água potável é a questão ética. Ter água acessível para o catador, morador de rua, quem passar por aqui e quiser lavar as mãos, se higienizar, encher a garrafinha, é um gesto de humanização. Que outros sindicatos, igrejas e instituições sigam esse exemplo, porque tem um custo, mas é importante o investimento social que é feito na qualidade de vida”, afirmou o padre.

Foto: Adonis Guerra

Também alertou sobre a dificuldade do acesso da população em situação de rua à renda emergencial pela série de burocracias e poupança virtual.

“Temos feito na nossa comunidade um mutirão com advogados voluntários, quando as prefeituras deveriam estar nas suas áreas sociais garantindo o cadastramento dos mais pobres, da população de rua, dos catadores. Nem estão oferecendo máscaras e álcool gel. É um desastre e uma insensibilidade muito grande. Que requisitem a rede hoteleira para que famílias com crianças e pessoas idosas possam ser acolhidas e ficar realmente em isolamento social”, defendeu. 

Sindicato Cidadão

O diretor executivo do Sindicato, Carlos Caramelo, reforçou que a atuação cidadã é uma das bandeiras históricas dos Metalúrgicos do ABC.

“A solidariedade é historicamente uma das principais marcas da nossa categoria, de pensar no coletivo e defender uma sociedade mais justa e fraterna. Esse é um pequeno gesto, mas muito importante. É preciso realmente se colocar no lugar do outro e isso o nosso Sindicato faz todo dia”, ressaltou.

“O momento que vivemos com essa pandemia torna ainda mais urgente olhar e respeitar quem mais precisa de políticas públicas e sociais. Precisamos de mais humanidade, mas hoje o que vemos é a ausência de capacidade de quem governa de olhar para essas pessoas”, criticou.

“O Sindicato vem atuando em outras frentes junto aos sindicatos, movimentos sociais e entidades da região na construção de mais ações de solidariedade”, contou.

Foto: Adonis Guerra