Sindicato inicia processo de luta na GL contra demissão de dirigente e cobra posição sobre futuro da fábrica
Direção executiva dialogou com companheiros e companheiras na porta da empresa que vêm tomando atitudes antissindicais
O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, acompanhado da direção executiva, esteve na manhã de ontem na porta da GL, em Diadema, para entregar a Tribuna aos companheiros e companheiras e cobrar a empresa sobre a demissão do CSE, Gilmar da Silva Costa, o Fubá, prática antissindical, e sobre o futuro da fábrica.
A demissão de Gilmar e de outros companheiros ocorreu na última segunda-feira, 7. A empresa alega que o posto em que ele trabalhava, que recebia produtos de Aracajú, deixou de existir quando a planta de lá foi fechada. Porém, tem realizado contratações em outros setores.
“Esta fábrica é de origem francesa e a primeira pergunta que se faz é se lá na França eles têm essa prática. É um contrassenso demitir e estar contratando ao mesmo tempo. Não quero crer nisso, mas me parece que está demitindo porque é um dirigente do Sindicato”, analisou o presidente dos Metalúrgicos do ABC.
Moisés lembrou que o problema é de todos, chamou a companheirada a se unir e reforçou que a direção da GL será pautada para discutir com o Sindicato o futuro da planta em Diadema.
“Não podemos pensar que o problema é só do Gilmar, o problema é nosso, é de todo mundo aqui. O Sindicato vai pautar esta empresa oficialmente para saber qual é o futuro aqui. Se ela não for fechar, vai ter que assinar um documento de compromisso. Se tiver que fazer a luta, vamos fazer porque o nosso papel é defender o emprego”, completou.
Qual o futuro da GL?
O coordenador da Regional Diadema, Antonio Claudiano da Silva, o Da Lua, avaliou que Gilmar poderia ter sido realocado e destacou o processo de luta e mobilização que será iniciado pelo Sindicato.
“A postura do Sindicato é de iniciar um processo de mobilização e luta até que a empresa nos chame para rediscutir, não só a questão do Gilmar, mas também do futuro da empresa na região. O que vai ser aqui? Vai ser um centro de distribuição ou vai continuar produzindo? É preciso sentar para discutir o futuro dos trabalhadores”.
Da Lua lembrou que quando começou a coordenar a área, em 2011, não tinha nenhuma decisão unilateral. “Nós discutimos muita coisa com a direção da GL, reestruturação da fábrica, processo de demissão. Mas desde que entrou essa nova gestão, em 2020, a conduta é outra. Tivemos até que entrar com um processo de reintegração porque um cipeiro foi demitido”.
Respeito ao Comitê
A CSE Maria José da Silva Modesto lembrou que a direção da GL vem tomando medidas antissindicais de dois anos para cá. “Essa luta é contra as práticas que a empresa vem tomando, que primeiro faz e depois comunica. Nós sempre ajudamos a empresa e os trabalhadores da melhor forma possível para ambos. O que está acontecendo aqui é revoltante, o Comitê Sindical precisa ser respeitado”.