Sindicato intensifica a Campanha do Laço Branco
A Campanha do Laço Branco – Homens pelo fim da violência contra as mulheres, que recebeu a adesão dos Metalúrgicos do ABC no final do ano passado, está percorrendo as fábricas da base para conscientizar os trabalhadores sobre a importância de modificar a realidade de agressões e mortes de mulheres.
O presidente do Sindicato, Rafael Marques, esteve com companheiros na Apis Delta, em Diadema, no último dia 13, e na Masaflex , em Ribeirão Pires, no dia 18, quando afirmou que os números registrados da violência no País impressionam a todos.
“Desde o início da década de 1980 até hoje, mais de 90 mil mulheres foram assassinadas por seus parceiros estáveis”, destacou. Segundo Rafael, a maioria das pessoas desconhece esta realidade e se impressiona com a quantidade de mulheres agredidas e mortas.
“A reação da companheirada é imediata quando falamos de mais de 5 mil mulheres mortas apenas em 2012 no Brasil”, observou.
“É importante saber que a violência contra a mulher não acaba nela mesma ou afeta apenas os que convivem com ela, os pais, filhos e irmãos. A sociedade toda paga por isso”, afirmou.
Luta de todos
A secretária da Mulher da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT, a FEM-CUT, e CSE na Apis Delta, Andrea de Sousa, a Nega, alertou para o ciclo de violência contra a mulher.
“As crianças que presenciam cenas de violência dentro de suas casas tendem a se acostumar com esta situação e reproduzir atos violentos quando adultas”, lamentou. “É preciso quebrar este ciclo para construir uma sociedade de paz”, concluiu a dirigente.
Campanha é iniciativa dos homens
O coordenador da Comissão de Saúde do Sindicato, Amarildo Sesário de Araújo, explicou à Tribuna como surgiu a Campanha do Laço Branco.
“No dia 6 de dezembro de 1989, um jovem de 25 anos entrou armado em uma sala de aula do curso de engenharia mecânica da Faculdade de Montreal, no Canadá, pediu para que os homens se retirassem e assassinou a sangue frio 14 mulheres, ferindo outras 13”, contou.
“O autor desta tragédia, chamado Marc Lépine, ele mesmo vítima de violência sexual em sua infância, se matou em seguida. O crime chocou o país e ainda mais os colegas de classe das garotas mortas”, prosseguiu Amarildo.
Ação global
“Esses rapazes então decidiram usar um laço branco como símbolo de união às mulheres no combate à violência. A cor branca foi sinal de paz”, completou.
A Campanha do Laço Branco está presente em quase 60 países, incluindo o Brasil, e é apontada pela Organização das Nações Unidas, a ONU, como a maior ação global com participação dos homens no combate à violência contra a mulher.
Da Redação