Sindicato lança Coletivo de Relações Internacionais

O coletivo, que representa a globalização da luta sindical, vai promover e trocar experiências entre trabalhadores e fortalecer e articular as lutas globais

Foi lançado na noite de quinta-feira (2) o Coletivo de Relações Internacionais dos Metalúrgicos do ABC, que terá a finalidade de promover a troca de experiências entre trabalhadores, redes de trabalhadores e dos comitês mundiais já existentes na base, aprofundar o debate e a elaboração de propostas em relação a desafios comuns.

“As empresas tem estratégias internacionais e os trabalhadores também precisam ter a sua”, disse Sérgio Nobre, presidente do Sindicato. “Nossa categoria deixou claro nas últimas décadas que a melhor forma de combater a estratégia global das multinacionais é a globalização dos direitos dos trabalhadores”, afirmou.

Para Sérgio Nobre, a criação do Coletivo vai atender essa demanda. Ele defendeu a atuação dos comitês mundiais, lembrando que as ações coordenadas por eles entre metalúrgicos de países desenvolvidos e de países emergentes já estabeleceu o Acordo Marco Internacional (AMI), marco regulatório que as multinacionais devem observar globalmente.

“Precisamos entender o movimento global para agir com consciência no plano local. A compreensão dessa dinâmica é fundamental para podermos nos contrapor com eficácia à estratégia das multinacionais”, afirmou o presidente do Sindicato.

Em defesa dos direitos
Sérgio Nobre ressaltou que essa luta deve acontecer sem perder do horizonte o projeto de construir uma nova sociedade, que fortaleça a democracia e amplie os direitos dos trabalhadores, o desenvolvimento sustentável e a inclusão social.

“Mais uma vez, são fortes os sinais de que as empresas desejam jogar no colo dos trabalhadores a conta das transformações decorrentes da crise econômica mundial”, denunciou.

O dirigente alertou que o desemprego e a supressão de direitos trabalhistas e sindicais são, novamente, apresentados pelos patrões como a única alternativa possível para recuperar a lucratividade das empresas.

“É contra esse novo avanço contra nossos direitos que o Coletivo de Relações Internacionais dos Metalúrgicos do ABC vai se contrapor”, disse Sérgio Nobre.

Exemplo a ser seguido
Durante o ato, Carlos Grana, presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, parabenizou o Sindicato da iniciativa, afirmando que os metalúrgicos já tem uma historia de solidariedade internacional.

“Como é tradição, o Sindicato continua apontando caminhos para o movimento sindical”, disse ele, lembrando que “nenhum país do mundo é melhor que todos os países juntos”.

Para João Felício, secretário de Relações Internacionais da CUT, a criação do comitê vai auxiliar no aperfeiçoamento da política internacional da central, além de estimular o movimento sindical a seguir o exemplo.

“É mais uma página na história do sindicalismo que vocês estão escrevendo”, afirmou.

O lançamento do Coletivo ocorreu durante a Conferência Expressões da Globalização, Análises Comparativas Brasil-Alemanha, que até esta sexta-feira (3) reúne metalúrgicos dos dois países e é realizado pelo Instituto Integrar.

O encontro tem por objetivo discutir as consequências da globalização, refletir sobre a precarização do trabalho no Brasil e na Alemanha, além de promover a troca de experiências entre os participantes sobre a realidade enfrentada pelos trabalhadores nos dois países.

Da Redação