Sindicato luta pela reintegração de CSE demitido

Fotos: Edu Guimarães

Na manhã de ontem, re­presentantes do Sindicato es­tiveram na porta da Apema, em São Bernardo, exigindo a reintegração imediata do integrante do CSE, Francisco Rafael Nascimento Ferreira, o Bin Laden, demitido no último dia 19.

Os Metalúrgicos do ABC denunciam as práticas antissin­dicais da empresa, que mesmo com a disposição do Sindicato em negociar o retorno do com­panheiro do CSE, se mantém intransigente sobre o caso.

No dia 24, os patrões estive­ram na Sede, mas não aceita­ram readmitir Bin Laden, que tem estabilidade garantida pela carência da CIPA. Então, no dia 31, foi entregue o aviso de greve.

“Mesmo com o aviso proto­colado, a direção fez pressão so­bre os trabalhadores, ameaçou descontar as horas paradas e a cesta básica”, contou o coorde­nador de São Bernardo, Genil­do Dias Pereira, o Gaúcho.

“O Sindicato vai mostrar por que é reconhecido. Mais uma vez estamos demonstrando abertura para o diálogo, mas a empresa resiste. Vamos buscar todas as alternativas possíveis para encontrar uma saída fa­vorável. Não admitiremos, em hipótese alguma, esse tipo de prática na nossa base”, reforçou.

Perseguição

De acordo com o coordena­dor de área, José Caitano Lima, o caso de Bin Laden é típico de perseguição.

“Em 2015, a empresa ten­tou fraudar a eleição em que o ele foi eleito cipeiro. Desde que o companheiro passou a questionar as práticas ina­dequadas na produção que colocam em risco a saúde dos trabalhadores e a pressão sobre ele aumentou”, contou.

“Tentaram aplicar uma ad­vertência porque interditei uma ponte rolante irregular. Este ano, depois que passei a ser CSE, a perseguição aumen­tou, chegou ao ponto de eu ser impedido pela gerência de con­versar com os trabalhadores”, denunciou Bin Laden.

“Eles alegam insubordina­ção, mas não provam. Tenho testemunhas. Eu estava ensi­nando um trabalhador a usar o gel decapante, um produto in­flamável, quando o encarrega­do disse que eu estava batendo papo e me proibiu de falar com ele. Eu disse que ia ligar para o coordenador no Sindicato e por isso fui demitido”, explicou.

Da Redação.