Sindicato no chão da fábrica: 23 anos dos Comitês Sindicais de Empresa
Mais de duas décadas se passaram desde o primeiro processo eleitoral dos Comitês Sindicais de Empresas, os CSEs, que mudou a forma de organização dos Metalúrgicos do ABC. Em abril de 1999, a categoria elegia seus 196 dirigentes, trabalhadores em 69 empresas e aposentados para formar a diretoria de base dos já Metalúrgicos do ABC.
A eleição aconteceu nos dias 12 e 13 de abril daquele ano. Na Volks, maior fábrica em números de trabalhadores na época e uma das poucas que houve disputa por duas chapas, 58% dos 12 mil eleitores votaram na chapa 1 do CSE, contra 42% que apoiaram a chapa da oposição.
Em maio – exatamente nos dias 26, 27 e 28 –, foi a vez de escolher o Conselho da Executiva da Direção e Conselho Fiscal na chapa encabeçada pelo então presidente Luiz Marinho e seus outros 26 membros.
A categoria reafirmou a proposta da entidade, de luta pelo emprego e em defesa dos direitos, e escolheu a Chapa 1 para permanecer à frente do Sindicato nos três anos seguintes com 96,47% dos votos de 33.998 associados que votaram.
Em números, a Chapa 1 obteve 32.797 de um universo de 50.068 metalúrgicos aptos a votar, o que correspondeu a 67,90%. Os votos brancos somaram 783 e os nulos 418. A posse da Direção aconteceu em 19 de julho seguinte.
“A partir dessa eleição, a organização no chão de fábrica assume uma importância ainda maior. Os trabalhadores passam a contar com um diretor do Sindicato que atenderá diretamente as demandas dos companheiros ao pé da máquina e, ao mesmo tempo, irá trazer e levar às empresas as linhas mestras de atuação da categoria”, afirmou o dirigente na época.
Uma vida e futuro melhores, com dignidade e emprego, davam rumo às ações do Sindicato naquela campanha eleitoral. Com essa visão ampla, a atual diretoria aprofundou o significado de “Sindicato, uma questão de classe” para um novo enfoque, o do “Sindicato Cidadão”.