Sindicato no combate ao Covid-19 no Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho
Dados da Organização Internacional do Trabalho (OIT) revelam que o Brasil ocupa a quarta posição no ranking mundial de acidentes de trabalho, atrás apenas de países como China, Índia e Indonésia.
No mundo o número de mortes por ano chega a 2,26 milhões. No Brasil a cada 48 segundos acontece um acidente e a cada 3h38min um trabalhador perde a vida, de acordo com a ANAMT (Associação de Medicina do Trabalho).
Este ano, o Dia Nacional em Memória das Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho, comemorado no dia 28 de abril, é ainda mais importante, pois pelo segundo ano consecutivo, o país enfrenta um período difícil devido ao agravamento da pandemia e as mortes causadas pela covid-19.
Desde 2012, as atividades de atendimento hospitalar representaram 10% de acidentes desse tipo. Entre 2012 e 2019, a maior parte dos acidentes no local de trabalho foi provocada por máquinas e equipamentos, o equivalente a 15% do total. Em 2020, subiu para 18%.
O secretário-geral do Sindicato, Moisés Selerges, recorda que o recente desmonte da legislação trabalhista, iniciado por Temer e aprofundado no governo Bolsonaro, contribui para um quadro ainda mais dramático para os trabalhadores brasileiros.
“Os governos atuais extinguem quase todos os meios de proteção do trabalhador, retiram direitos, fragilizam os órgãos de proteção como o Cerest (Centro de Referência em Saúde do Trabalhador), sucateiam o INSS, reduzem a política de benefícios ao trabalhador, diminuem a fiscalização e atacam o movimento sindical. Com isso, os trabalhadores estão abandonados em todas as esperas governamentais”, afirmou o dirigente.
O diretor também lembrou que com o grande contingente de trabalhadores contaminados pela covid-19 em todo o país os números de vítimas de doenças e acidentes de trabalho são muito maiores desde o ano passado.
“Desde o começo da pandemia Sabemos que o risco de contaminação é alto no ambiente de trabalho, por isso o Sindicato está acompanhando e exigindo que as empresas tomem todas as medidas de higiene e segurança necessárias para evitar ao máximo o contágio. Porém ainda não há uma política de legislação sobre os casos de contaminação nas fábricas. A lei deve estar a serviço do trabalhador e não isentar o empregador de responsabilidade”, afirmou o dirigente.
“ O medo de contrair o vírus deixa o trabalhador tenso, o que pode ocasionar acidentes, por isso é de extrema importância que o trabalhador se sinta o mais seguro possível. Toda nossa solidariedade aos trabalhadores que foram vítimas da covid, aos profissionais da saúde, aos companheiros CSEs e cipeiros, pelo trabalho que estão realizando no chão de fábrica”, prosseguiu.