Sindicato participa da posse do novo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante
Dirigentes destacaram a importância do banco para o desenvolvimento econômico, social, geração de empregos e renda no país
O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, e o diretor executivo e presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, Aroaldo Oliveira da Silva, participaram ontem da posse do presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Aloizio Mercadante, no Rio de Janeiro.
Moisés destacou que o BNDES é uma pauta fundamental para a classe trabalhadora. “Não podemos esquecer que BNDES significa Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social. É um banco de fomento fundamental para o povo trabalhador do nosso país, um banco que tem como dever emprestar dinheiro para os pequenos empresários, para a geração de empregos”, ressaltou.
Para Aroaldo, esse é um resgate do papel do banco. “O BNDES deve servir para a reindustrialização do Brasil, para o desenvolvimento econômico e social, para colocar dinheiro na economia, para aqueles que fazem a riqueza do Brasil poderem crescer. É ser um alicerce para aqueles que tem menos acesso ao crédito e ao fomento, os pequenos empreendedores, microempresários, cooperativismo, economia solidária”, explicou.
Indutor do crescimento
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, participou da posse e destacou que o banco deverá privilegiar o financiamento de micro e pequenas empresas, exportações e infraestrutura para dar o salto de produção e desenvolvimento no país.
Lula criticou o encolhimento dos desembolsos nos últimos anos, sobretudo no governo Bolsonaro. “Em 2002, o BNDES desembolsou R$ 37 bilhões para investimentos. Em 2010, R$ 168 bilhões. Em 2013, R$190 bilhões. Em 2021, apenas R$ 54 bilhões. O BNDES precisa urgentemente voltar a ser o banco indutor do crescimento econômico desse país”.
Difamação do banco
Lula também criticou o fato de o BNDES ter sido vítima de difamação grave nos últimos anos, entre elas que o banco dava dinheiro para outros países.
O presidente esclareceu que a instituição financiou projetos de engenharia de empresas brasileiras em 15 países da América Latina e Caribe de 1998 a 2017 e que, de R$ 10,5 bilhões financiados, o banco já recebeu R$ 12,8 bilhões de volta, considerando as atualizações.
Outra mentira é que o banco privilegiaria poucas empresas. “No final do meu governo 480 das 500 maiores empresas atuando no Brasil tinham relações bancárias com o BNDES”.
Exportações
O novo presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou o papel do banco ao longo do processo de industrialização e modernização do Brasil e citou como exemplos a Ferrovia Central do Brasil, a Eletrobras e a Embraer.
“Esses exemplos demonstram que um banco de desenvolvimento tem de ter visão de longo prazo, visão estratégica. E uma das dimensões importantes para um projeto estratégico de desenvolvimento são as exportações, não apenas de commodities agrícolas, em que o Brasil é um dos principais produtores e exportador do mundo, mas também os produtos industriais de alto valor agregado, 98% do mercado mundial está fora do Brasil”.
Defendeu que para as empresas serem competitivas, precisam exportar e o BNDES deve dar esse apoio por meio do fomento às exportações. “Estamos desenvolvendo um projeto para a constituição de um ‘Eximbank’ no BNDES à exemplo do que já existe nas principais economias do mundo”, contou.
Reindustrialização
Em sua fala, Mercadante afirmou que a construção do BNDES do futuro será “verde, inclusivo, tecnológico, digital e industrializante” e que um grande desafio é a reindustrialização.
“Não se trata da velha indústria. Trata-se da nova indústria: digital, descarbonizada, baseada em circularidade e, assim, intensiva em conhecimento. Essa nova indústria exigirá inovação e grandes investimentos na pesquisa aplicada”.
“Este país precisa se reindustrializar. A participação da indústria nos desembolsos do BNDES era de 56% em 2006 e caiu para 16% em 2021. Vamos colocar a indústria no topo das ações estratégicas do BNDES”.
Crédito
Mercadante anunciou ainda R$ 65 bilhões de crédito. “Vamos apoiar com mais determinação o crescimento e a modernização das micros, pequenas e médias empresas, que são grandes geradoras de emprego e renda. Precisamos impulsionar a digitalização dessas empresas, por meio de ações conjuntas com parceiros tecnológicos”.