Sindicato participa de assinatura de protocolo em defesa das ferramentarias

Foto: Adonis Guerra

Em reunião ontem no Consórcio Inter­municipal Grande ABC, o presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão, participou da assinatura do protocolo de in­tenções para o fortalecimento das ferramen­tarias com a liberação dos créditos de ICMS, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, das montadoras.

“São quase R$ 5 bilhões em créditos re­tidos na Secretaria da Fazenda do governo do Estado que são das montadoras. Com o protocolo, as empresas poderão utilizar o recurso na cadeia de ferramentaria da pró­pria região, com geração de empregos de qualidade”, afirmou.

“É a oportunidade de utilizar os recursos que estão parados no governo e incentivar a construção de ferramentas aqui com retorno para a sociedade em forma de emprego, renda e desenvolvimento”, continuou.

Quando as montadoras exportam, não realizam o pagamento do imposto, mas são descontadas e acumulam crédito do ICMS junto ao governo do Estado.

O documento foi assinado pela Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, na qual Wagnão integra o Conselho Diretor; o Consórcio Intermunicipal Grande ABC, que reúne os prefeitos da região; a Anfavea, o sin­dicato das montadoras; Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos, Abimaq; e a Associação Brasileira da Indústria de Ferra­mentais, Abinfer.

As entidades que assinaram o protocolo apoiam a criação de um regime especial parautilização dos recursos de crédito acumulado do ICMS para a indústria de ferramentaria. O acordo terá vigência de cinco anos e a demanda será levada ao governo do Estado.

“A ferramentaria e a engenharia são as áreas da indústria que produzem conhecimento, desenvolvimento, inovação e inteligência, ou seja, aquilo que está no início da produção de um veículo”, explicou.

“É um passo extremamente importante na geração de empregos de qualidade, principal­mente para o pessoal que sai das universidades e do Senai, em profissões que requerem mais qualificação e preparação profissional”, disse.

Wagnão afirmou que além da geração de empregos, a medida pode impulsionar a re­cuperação da indústria nacional.

“O Brasil está perdendo espaço para outros países. As ferramentas estão vindo da Coreia, Índia, China, mesmo com o Inovar-Auto”, lembrou. “As indústrias estão promovendo o lançamento de veículos que necessitam de construção de ferramental para que a produção possa acontecer. E isso pode ser feito nacionalmente”, defendeu.

Demanda do Sindicato

A construção de estratégia junto ao governo do Estado para fortalecer a indústria na região com a liberação de crédito de ICMS foi levada pelos Metalúrgicos do ABC ao presidente do Consórcio e prefeito de São Bernardo, Orlando Morando, em reunião no dia 6 de julho.

Após o pedido, a proposta foi discutida na reunião dos prefeitos do Consórcio Intermu­nicipal no dia 11 de julho.

O Sindicato defende a ferramentaria nacio­nal e o fortalecimento da indústria no processo de elaboração da nova política automotiva bra­sileira, o chamado Rota 2030. O atual Regime, o Inovar-Auto, teve início em 2013 e termina em dezembro deste ano.

“Temos que discutir tudo que é de interesse da classe trabalhadora a partir da lógica dos trabalhadores e do projeto de País com indús­tria forte e empregos”, concluiu.

Da Redação.