Sindicato participa de conferência da OIT

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O Sindicato participou da conferência da Organização Internacional do Trabalho, OIT, América Latina e Caribe para debater experiências de políticas de desenvolvimento produtivo, com participação dos trabalhadores, governos e empresários, dos dias 10 a 14, em Lima, no Peru.

O diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC, responsável por Políticas Industriais, Wellington Messias Damasceno, contou que a conferência focou a falta de competitividade da região.

“Por isso, foram apresentadas experiências que deram certo, mas também em como as negociações tripartites podem contribuir para a melhoria da produtividade da indústria e garantir, com isso, geração de mais e melhores empregos”, afirmou.

Wellington foi o único brasileiro a participar da conferência, que contou com cerca de 50 representantes de 11 países.

“É uma pena que nem integrantes do governo nem os empresários participaram, já que a conferência incentivava as negociações tripartites como melhor modelo para o desenvolvimento de políticas industriais. No Brasil, tanto o governo quanto empresários ainda relutam em dialogar com os trabalhadores”, avaliou.

O dirigente destacou experiências de políticas públicas onde o trabalhador teve papel importante, como o Inovar-Auto.

“No Inovar-Auto, o Sindicato contribuiu com propostas fundamentais para que o programa alcançasse os resultados que tiveram, como novas fábricas, carros mais seguros e eficientes”, disse. “Já no Rota 2030, apesar de todas as intervenções que fizemos buscando a evolução da política, o governo fez uma opção de lançar um programa bem abaixo daquilo que foi discutido”, prosseguiu.

“O Inovar é um exemplo que funcionou. O Rota traduz o que acontece quando o governo não considera a participação de todas as partes”, ponderou.

Outro tema debatido foram os Arranjos Produtivos Locais, APLs, apresentado pelo professor da UFRJ, Marcelo Matos, que contou a experiência brasileira com mais de mil APLs, sendo a maioria deles sem a participação dos trabalhadores.

Wellington destacou na conferência que o APL de Ferramentaria do ABC funciona sem a participação da prefeitura de São Bernardo. “Tínhamos um APL multipartite que, com a mudança de gestão do governo municipal, continua ativo graças ao esforço do Sindicato e dos empresários, já que a atual gestão não tem interesse nesse tipo de modelo”, afirmou.

O dirigente falou ainda sobre a necessidade de se pensar a qualificação profissional diante dos desafios das novas tecnologias. “Precisamos de um grande esforço de todos os atores para formular uma política de qualificação profissional que seja inclusiva e prepare os trabalhadores para atuar nessa nova indústria. As empresas querem melhorar seus ganhos em produtividade, mas isso só faz sentido se refletir em ganhos também para os trabalhadores”, defendeu.

 “A OIT é uma casa de diálogo tripartite e deve incentivar e cobrar das empresas e do governo que envolvam os trabalhadores nas discussões de futuro da indústria”, concluiu.

Da Redação.