Sindicato propõe utilização de fundos federais para reconversão industrial

Os Metalúrgicos do ABC apresentaram hoje a proposta de utilizar os recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e do Fundo de Garantia para a Promoção de Competitividade, no custeio da reconversão industrial.

A proposta foi apresentada pelo diretor executivo do Sindicato, Wellington Messias Damasceno, ao deputado federal Helder Salomão (PT-ES), que encaminhou Projeto de Lei emergencial sobre reconversão para o enfrentamento da crise com a pandemia da Covid-19.

“É uma ação emergencial e a pressão é para que a Câmara dos Deputados inclua esse projeto na pauta de votação já na semana que vem. O projeto do deputado trata da garantia da fabricação de bens essenciais e do bem estar da população nesse período de calamidade pública, inclusive com a criação de um grupo gestor da reconversão com a participação das centrais sindicais”, explicou.

O dirigente ressaltou que a proposta do Sindicato vai além das iniciativas que já existem, como linhas de financiamento do BNDES, já que uma reconversão em grande escala demanda recursos.

“O que o Sindicato propõe é a utilização dos recursos dos fundos para viabilizar, de fato, a reconversão industrial, o que atenderá a demanda de produção emergencial para o enfrentamento à pandemia, mas que também poderá ser um ganho para a indústria brasileira no período pós-pandemia”, afirmou.

“As empresas já estão descapitalizadas e dificilmente vão colocar dinheiro próprio na reconversão. Por isso, é tão importante um projeto como este, pois articula em âmbito federal a ação para que as instituições de saúde que estão precisando dos suprimentos em todo o país se beneficiem, mas que também atenda os polos industriais que existem no Brasil”, defendeu. 

Reconversão no ABC

O Sindicato participou ontem da primeira reunião do Grupo de Trabalho Reconversão Industrial, criado pelo Consórcio Intermunicipal Grande ABC e Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC, com participação de universidades, sindicatos, prefeituras e setor produtivo da região.

O diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC, Wellington Messias Damasceno, explicou que a ideia é fazer um mapeamento das necessidades de insumos médico-hospitalares para combate à pandemia do novo coronavírus e também da atividade industrial da região. 

“As universidades vão fazer o mapeamento dos componentes, insumos e equipamentos que precisam ser produzidos e quais processos produtivos serão necessários. Nós ajudaremos a fazer o mapeamento da atividade industrial que poderá absorver essa produção. Isso é um projeto emergencial para utilizar as empresas, que hoje estão paradas, para fabricação de itens urgentes que estão em falta no sistema de saúde e na prevenção da doença”, explicou.

“Mas isso possibilita que as empresas possam dar continuidade, diversificar e aumentar sua carga de produção mesmo no pós-pandemia. Para que isso aconteça, é necessária a liberação de recursos para custear a reconversão. Temos pautado ações em todas as esferas de governo e do legislativo e cobrado a urgência na disponibilidade do crédito”, afirmou.

As informações mapeadas serão disponibilizadas na plataforma digital do Bureau de Serviços do Parque Tecnológico de Santo André.

Além disso, as universidades da região também já têm desenvolvido produção de máscaras e outros EPIs dentro das universidades e disponibilizado para a rede pública.