Sindicato quer aprofundar debate sobre veículos elétricos

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Para inserir os Metalúr­gicos do ABC nas dis­cussões de futuro sobre veículos elétricos, o presidente do Sindicato, Wagner Santa­na, o Wagnão, e diretores exe­cutivos conheceram o Centro de Inovação em Mobilidade Elétrica Sustentável, da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu, no Paraná, no último dia 16.

O Centro de Inovação foi inaugurado em novembro do ano passado para ampliar as iniciativas do Programa Veí­culo Elétrico, que teve início em 2006. A Itaipu mantém 100 veículos elétricos na sua frota e é pioneira no Brasil.

“Muitos falam que o carro elétrico é algo distante. Itaipu comprova que o Brasil é capaz de desenvolver não só o carro elétrico, mas também as pe­ças, tecnologia, conhecimento e a reconversão da produção para peças do motor elétrico”, explicou Wagnão.

“Conhecer as iniciativas do projeto e pesquisar para onde os caminhos apontam dão elementos para colocar o Sindicato na lógica das discus­sões sobre veículos elétricos e eficiência energética, inclusive com a nacionalização de peças e a utilização de mão de obra nacional”, afirmou.

“Temos que pensar agora o carro elétrico no Brasil ou es­taremos de fora da produção mundial nos próximos anos”, alertou.

Também conheceram o Centro de Inovação o diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC, responsável por políticas industriais, Wellin­gton Messias Damasceno, e o coordenador da Regional Diadema, Claudionor Vieira do Nascimento.

Os dirigentes foram recebi­dos pelo engenheiro Celso Novais, que apresentou os trabalhos desenvolvidos no Centro, que vão desde a adap­tação de motores a combustão para elétricos com o Palio We­ekend da Fiat, até a montagem em CKD da frota de elétricos dos compactos Twizy e Zoe em parceria com a Renault.

Além disso, há projetos de armazenamento de energia em baterias, implantação de postos de recarga, velocidade da recarga, desenvolvimento de ônibus híbrido a etanol, laboratório de testes, entre outros.

“Estão projetando baterias a sódio no lugar das baterias a lítio, que são comumente usadas em carros e celulares. É um material mais barato, estável, com muita quanti­dade disponível no mundo e a vantagem de descarte mais simples”, contou Wellington.

O dirigente explicou que a discussão precisa envolver trabalhadores, centros de pesquisa, universidades, go­vernos e setor de serviços.

“Temos que estar preparados para o debate do futuro da in­dústria, estudar a reconversão e a criação de novas fábricas, a qualificação profissional que será necessária para a produção e a manutenção dos elétricos”, ressaltou.

“Entrar nesse assunto é pensar nas oportunidades de emprego, defender a indús­tria nacional e transformar o Brasil em uma plataforma produtora de carros elétricos”, pontuou.

9º CONGRESSO

Veículo elétrico é um dos temas que serão aprofunda­dos no Grupo de Trabalho do 9º Congresso dos Metalúrgi­cos do ABC.

Serão 10 GTs temáticos e cada delegado participará de um dos 10 grupos na 4ª etapa do Congresso. As propostas que sairão dos GTs vão com­por o Plano de Lutas, que será votado na Plenária Final prevista para maio.

Da Redação.