Sindicato quer liberação de ICMS para ferramentaria no Brasil
Foto: Marcelo Sant´Anna
Em reunião com o governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel (PT), os Metalúrgicos do ABC, entidades sindicais e patronais defenderam o fortalecimento da ferramentaria no Brasil. A proposta é viabilizar a liberação de R$ 2 bilhões em créditos retidos de ICMS, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços, das montadoras do Estado para investir em ferramentarias.
“Defender o setor, em outros estados, é uma oportunidade também para as empresas aqui do ABC. A cadeia de ferramentaria tem uma diversificação muito grande, sendo que Minas Gerais não conta com todos os segmentos especializados e terá, obrigatoriamente, que contratar os serviços fora do Estado”, explicou o presidente do Sindicato, Wagner Santana, o Wagnão.
“É uma proposta de grande interesse para os metalúrgicos do ABC. As ferramentarias são essenciais para o País, já que representam empregos de qualidade, com mais qualificação profissional dos trabalhadores e renda melhor, além de produzir conhecimento, desenvolvimento e inteligência nacionalmente”, afirmou.
Quando as montadoras exportam, não realizam o pagamento do imposto, mas são descontadas e acumulam crédito do ICMS junto ao governo do Estado.
“É um recurso que existe e já é das montadoras, mas está retido pelo governo. Conseguir que as empresas brasileiras sejam reestruturadas é um grande passo ao garantir a concepção do veículo desde o início no Brasil”, disse.
Pela proposta do Sindicato, o governo libera o crédito, desde que as montadoras se comprometam a utilizá-lo em investimentos na área, como contrapartida.
Participaram da reunião o vice-presidente dos Metalúrgicos do ABC e presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, a CNM-CUT, Paulo Cayres, o Paulão; e o secretário de Formação da Confederação, José Roberto Nogueira da Silva, o Bigodinho.
Também estiveram presentes os representantes do Arranjo Produtivo Local, o APL, de Ferramentaria do ABC; Sindicato dos Metalúrgicos de Belo Horizonte, Contagem e Região; Sindicato dos Metalúrgicos de Pouso Alegre; Federação Estadual dos Metalúrgicos de Minas Gerais; Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos, Abimaq; Associação Brasileira da Indústria de Ferramentais, Abinfer, e a empresa Voa.
O diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC, responsável por políticas industriais, Wellington Messias Damasceno, que também participou da reunião, lembrou que a mesma proposta já foi apresentada ao governo de São Paulo.
“Assinamos o protocolo de intenções em defesa das ferramentarias na Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC em agosto do ano passado e encaminhamos o documento ao governo de São Paulo, que ainda não avançou com o pedido”, contou.
“Levamos a proposta ao governador de Minas Gerais, que ouviu os trabalhadores e se comprometeu em viabilizar a utilização desses recursos que estão parados”, disse. “Queremos ampliar a discussão para outros estados para que o setor ganhe peso novamente no País”, prosseguiu.
O objetivo é impulsionar a recuperação da indústria nacional. Em São Paulo, são cerca de R$ 5 bilhões em créditos retidos na Secretaria da Fazenda do governo do Estado que são das montadoras.
“As montadoras estão lançando novos veículos no Brasil e a construção de todo o ferramental pode ser feita aqui. A estratégia é fortalecer as ferramentarias para o desenvolvimento da indústria automotiva. O ABC é um grande polo e pode avançar com essa proposta”, concluiu o presidente.
O Sindicato defende a ferramentaria nacional e o fortalecimento da indústria no processo de elaboração da nova política automotiva brasileira, o chamado Rota 2030. O Inovar-Auto teve início em 2013 e terminou em dezembro do ano passado.
Wagnão participa da assinatura do protocolo de intenções em defesa do setor dia 1º de agosto de 2017. Foto: Adonis Guerra.
Da Redação.