Sindicato recebe delegação chinesa do Partido Comunista
Para dirigente, trata-se de uma demonstração de que o Sindicato é referência e de que sua história ecoa além das fronteiras das Américas
Uma comitiva chinesa composta por professores e pesquisadores, representantes do Partido Comunista Chinês esteve na Sede, na última sexta-feira, 16, para dialogar com dirigentes dos Metalúrgicos do ABC e conhecer o “solo sagrado da classe trabalhadora”, forma como o presidente do Sindicato, Moisés Selerges, se refere à sede. “A troca de experiências e o diálogo constante com todos que defendem os interesses da classe trabalhadora no mundo fazem parte do projeto #ARetomada”, pontuou o presidente.
Para o secretário de relações internacionais da CNM/CUT (Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT), Maicon Michel Vasconcelos, que organizou a visita, o intercâmbio demonstra a importância do Brasil na geopolítica mundial, e sobretudo nos BRICS – grupo informal de países em desenvolvimento que visa a cooperação econômica e o desenvolvimento conjunto, formado por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Emirados Árabes Unidos, Irã, Egito e Etiópia.
“A China faz parte desse bloco econômico que representa uma alternativa à visão unipolar que rege as relações internacionais desde a década de 90. Essa aproximação e a visita desses companheiros e companheiras professores pesquisadores do mundo do trabalho na estrutura do Estado Chinês é uma demonstração, sobretudo, de que nosso Sindicato é referência e de que a história dele ecoa além das fronteiras do Brasil e das Américas”.
“A China é um país central no debate geopolítico, a terceira economia mundial, e reconhece que os Metalúrgicos do ABC têm um papel preponderante na política ativa do povo brasileiro”, prosseguiu.
Desenvolvimento tecnológico
Maicon destacou também a China como um dos mais importantes polos tecnológicos industriais do mundo. “Vamos lembrar que todos os chips do mundo são fabricados na China. Quando se fala em desenvolvimento tecnológico, em desenvolvimento soberano dos países, é impossível não levar a China em consideração”.
O dirigente lembrou que o Sindicato também tem enviado delegações para o país asiático no intuito de trocar informações, impressões, debater e fazer essa troca constante de conhecimento. “Dialogamos com todos que queiram conversar, sempre dentro da premissa do desenvolvimento e da melhoria das condições de trabalho no Brasil para que se desdobre em melhores salários, condições de vida e poder de compra da classe trabalhadora”.
Investimentos no Brasil
Maicon destacou ainda que o Sindicato, há tempos, vem conversando com algumas empresas chinesas no sentido de buscar investimento para o Brasil. “É um movimento importante justamente porque estamos em busca de um desenvolvimento tecnológico para não sermos somente exportadores de matéria-prima. Nós, enquanto trabalhadores, enquanto Sindicato, enquanto CNM/CUT, não queremos esse lugar para o Brasil, queremos debater o desenvolvimento e a implementação de tecnologias no nosso país, a partir da visão da classe trabalhadora. É importante dialogar com os polos tecnológicos e industriais do mundo para desenvolver na nossa região e no nosso país, criando uma cultura industrial de valor agregado”, finalizou.