Sindicato reforça compromisso no combate à violência contra mulheres e cobra criação de Casa de Passagem Regional

O Sindicato recebeu no último dia 4 representantes da Frente Regional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres do ABCDMRR para dialogar sobre o combate ao machismo e o fortalecimento de políticas públicas de proteção às mulheres. O presidente Moisés Selerges e a diretora executiva Andrea Sousa, a Nega, reafirmaram o papel dos Metalúrgicos do ABC como espaço de diálogo e de construção de ações pela vida e pela dignidade das trabalhadoras.

A Comissão das Mulheres Metalúrgicas do ABC, que integra a Frente Regional, também participou da reunião e reforçou a importância de unir forças entre o movimento sindical e os coletivos de mulheres da região. A integração, segundo as dirigentes, amplia a capacidade de incidência sobre o poder público e fortalece as redes de acolhimento às vítimas de violência.

Moisés destacou que o enfrentamento à violência exige compromisso coletivo. “Seguimos firmes na construção de políticas públicas, ações educativas e redes de apoio que protejam e acolham mulheres em situação de violência. Nossa luta é por uma sociedade onde nenhuma mulher tenha sua voz silenciada”.

Andrea ressaltou que o Sindicato deve representar as mulheres também fora das fábricas. “O papel do Sindicato é ser interlocutor para que as pautas da sociedade sejam ouvidas. Quando o movimento vê o Sindicato como aliado, é sinal de que nosso trabalho está sendo cumprido. As mulheres continuam sendo assassinadas, e é dever de toda a sociedade garantir políticas públicas que as protejam”.

Reunião na Prefeitura

Durante o encontro, a Frente apresentou um documento que será entregue ao prefeito Marcelo Lima, solicitando a criação imediata de uma Casa de Passagem Regional, sob gestão do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC. O objetivo é garantir acolhimento 24 horas a mulheres em situação de violência e seus filhos menores, com equipe multidisciplinar e estrutura adequada ao atendimento emergencial.

O texto aponta que, embora existam duas Casas Abrigo Regionais, o desmonte das políticas públicas e a saída de cidades do Consórcio reduziram o atendimento e ampliaram o risco de feminicídios. Somente no primeiro semestre de 2025, os casos de feminicídio aumentaram 50% no ABC, e a violência sexual contra crianças e adolescentes cresceu 28,8%, segundo dados da SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo).

Entre as reivindicações estão a incorporação da Casa Abrigo de São Bernardo ao Consórcio, a transformação de uma unidade em Casa de Passagem e a ampliação do orçamento regional para R$ 3 milhões anuais, garantindo atendimento ininterrupto, capacitação técnica e campanhas preventivas.

Mobilização contínua

Criada no fim dos anos 1990, a Frente Regional de Enfrentamento à Violência Contra as Mulheres do ABCDMRR reúne movimentos, organizações e coletivos da região. Sua atuação inclui denúncias, articulação de políticas públicas e sensibilização da sociedade.

A presença da Comissão das Mulheres Metalúrgicas do ABC fortalece essa mobilização permanente e reafirma o compromisso do Sindicato em estar lado a lado com o movimento de mulheres na defesa da vida, da igualdade e da justiça social.