Sindicato reforça luta pela justiça tributária e redução da Selic em agendas com Câmara e Banco Central

Metalúrgicos do ABC cobram do Legislativo e do Banco Central ações concretas por mais justiça fiscal, menos juros e mais empregos no país

Foto: Adonis Guerra

Em mais uma iniciativa concreta da luta por justiça tributária e desenvolvimento com geração de empregos, os Metalúrgicos do ABC estiveram no dia 28 de maio, em Brasília, para apresentar as reivindicações da categoria ao Congresso Nacional e ao Banco Central. O presidente do Sindicato, Moisés Selerges, entregou ao representante da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, carta aprovada na manifestação da base em 14 de março.

O documento expressa o posicionamento dos trabalhadores em defesa do projeto enviado pelo governo federal, por meio do presidente Lula, que propõe a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil mensais. Também pede que essa isenção seja aplicada à PLR (Participação nos Lucros e Resultados), conquista fundamental dos trabalhadores e trabalhadoras em diversas fábricas da base.

Durante a reunião, Hugo Motta demonstrou abertura ao diálogo e reconheceu a importância do debate sobre justiça fiscal. O presidente do Sindicato reforçou que a classe trabalhadora não pode continuar arcando, sozinha, com a maior parte da carga tributária do país enquanto os mais ricos seguem isentos.

“A taxação dos super-ricos é urgente. Quem ganha e lucra mais precisa contribuir melhor com o sistema tributário. Não há justiça fiscal possível sem enfrentar esse desequilíbrio histórico”, destacou Moisés. O presidente da Câmara se comprometeu a encaminhar a carta ao relator da proposta e afirmou estar aberto a ampliar o diálogo com o movimento sindical.

Moisés ressaltou que essa ação é resultado direto da mobilização da base. “Recebemos essa missão dos trabalhadores. Acreditamos que a Câmara, como Casa do Povo, tem a responsabilidade de avançar na justiça tributária e garantir um sistema mais justo para quem vive do próprio trabalho”, afirmou.

Apesar de não ter sido possível, no mesmo dia, a reunião com o presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre, o Sindicato seguirá pressionando para que todas as pautas de interesse da classe trabalhadora avancem nas casas legislativas.

Pressão pela queda dos juros

No mesmo dia, o Sindicato também foi recebido pelo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo. A pauta foi a necessidade de reduzir a taxa básica de juros (Selic), que continua em patamar elevado, travando a economia e impedindo novos investimentos.

Participaram do encontro Moisés Selerges e Aroaldo Oliveira da Silva, presidente da IndustriALL Brasil. Ambos alertaram que os juros altos impactam diretamente o consumo das famílias e dificultam a geração de empregos e o crescimento do país. “A Selic no nível em que está se torna um obstáculo para o desenvolvimento nacional. O Banco Central também tem responsabilidade sobre a geração de emprego, e é preciso equilibrar essa função com o controle da inflação”, explicou Moisés.

Galípolo se mostrou receptivo às críticas e defendeu a ampliação do diálogo com o movimento sindical. “Queremos que esse canal se torne permanente. Precisamos de um Banco Central que compreenda as necessidades reais do povo brasileiro”, reforçou.