Sindicato reivindica, mas Receita não se comprome
Diretores do Sindicato reivindicaram ontem do coordenador-geral de Política Tributária do Ministério da Fazenda, o auditor fiscal Márcio Ferreira Verdi, a correção da tabela do Imposto de Renda em 50,4% para compensar as perdas sofridas desde 1996 e evitar novos prejuízos neste ano.
“Não queremos qualquer benefício especial para os metalúrgicos do ABC”, explicou Valter Sanches, diretor do Sindicato na Mercedes-Benz (DaimlerChrysler). “Apenas queremos evitar que se repita o que aconteceu nos últimos anos, quando parte dos reajustes que conquistamos nas campanhas salariais ficou no Imposto de Renda”, prosseguiu.
O dirigente afirmou que se não houver a correção da tabela e os salários forem reajustados em torno de 15% ou 16% na campanha salarial, uma grande parcela da categoria perderá cerca de 4% para o Imposto de Renda.
Verdi, responsável no governo federal pelos impactos da tributação nas atividades econômicas, não quis se comprometer com o atendimento da reivindicação. “Viemos aqui no Sindicato ouvir pessoalmente o pedido dos metalúrgicos do ABC e garanto que a reivindicação será levada ao ministro da Fazenda, Antonio Palocci”, garantiu.
Ele reconheceu que a tributação no Brasil é injusta e reafirmou o compromisso do governo na busca de maior justiça fiscal.
“Haverá mudanças no Imposto de Renda”, prometeu o técnico da Fazenda. “Pode ser através da recomposição da tabela, maior divisão de classes de contribuintes ou até novas alíquotas”, prometeu. “Só espero que a mudança aconteça ainda este ano”, concluiu.
Participaram da reunião Rubens Saito, coordenador-geral de Tributação do Ministério da Fazenda; Rafael Marques, diretor do Sindicato na Ford; Osvaldo Cavignato e Jeferson da Conceição, economistas da Subseção Dieese; e Tsukassa Isawa, diretor Administrativo do Sindicato.
A luta pela correção da tabela é uma das decisões do 4º do Congresso dos Metalúrgicos.