Sindicato repudia ataques racistas e ameaças ao jogador Vinicius Jr na Espanha
Comissão de Igualdade Racial dos Metalúrgicos do ABC cobra investigação e punição a ofensas e ataques racistas
Os Metalúrgicos do ABC repudiam as manifestações racistas contra o jogador brasileiro Vinicius Jr em jogos do campeonato LaLiga, da Espanha. Antes e durante a última partida, no domingo (21), a torcida do Valencia, cantou músicas em que chama o jogador de “macaco”.
Segundo o coordenador da Comissão de Igualdade Racial e Combate ao Racismo dos Metalúrgicos do ABC, Clayton Willian, o Ronaldinho, a categoria metalúrgica está indignada com o caso e solidariza ao jogador. “Este não é um caso isolado seja na Espanha, no Brasil ou em qualquer lugar do mundo”.
“O caso dele tem uma particularidade, pois está sofrendo uma perseguição específica, cruel, criminosa e ninguém deve se calar. Vamos cobrar seriamente os patrocinadores, as entidades do futebol, a sociedade civil e o Ministério Público espanhol para que possam ter investigação e punição exemplares a todos os racistas. O racismo é crime que insisti em aniquilar sonhos e talentos”, destacou o dirigente.
Inaceitável
O Sindicato repudia veemente esse tipo de atitude racista. “Além de crime contra humanidade, é inaceitável o que está sendo feito há mais de um ano, a discriminação por ser negro. A Espanha precisa ter responsabilidade, a LaLiga e os patrocinadores têm responsabilidade porque estão financiando esses episódios”.
“Demoraram muito para fazer algo e esse tempo todo o Vini jr está sendo ameaçado e correndo riscos. O racismo não tem que ter espaço em nenhum lugar do mundo”, disse.
Ataques
Vinicius Jr reiterou em suas redes sociais que os ataques racistas a ele são frequentes. Desde que seu protagonismo no Real Madrid começou, o jogador vem sendo atacado por torcedores de times adversários. Em um rápido balanço, o jogador já foi atacado, pelo menos, em dez jogos que participou desde o ano passado.
Em um dos casos, torcedores do Atlético Madrid penduraram em uma ponte da cidade um boneco vestido com a camiseta de Vinícius Junior simulando enforcamento do jogador na véspera de um dos jogos. O boneco estava com mensagens de ódio contra o atacante e o clube.
Quatro pessoas foram presas ontem pela polícia espanhola suspeitas de terem simulado o enforcamento. Outros três suspeitos também foram presos pela polícia espanhola por ataques racistas cometidos contra o brasileiro, antes e durante a partida entre Valencia e Real Madrid no último domingo.
Governo brasileiro
Na terça-feira (23), os ministérios da Igualde Racial do Brasil e da Espanha emitiram uma nota conjunta, com parágrafos em português e espanhol, repudiando os atos racistas. O comunicado é assinado pelas ministras Anielle Franco (Brasil) e Irene Montero (Espanha).
No documento, os ministérios declaram “solidariedade incondicional a Vini Jr, bem como a todos os atletas, profissionais ou não, que vivenciam diariamente a violência racista no esporte.”
As pastas prosseguem no comunicando afirmam que “O esporte deve ser um reflexo dos valores de igualdade, respeito e diversidade que norteiam nossas sociedades e nele não há lugar para quem propaga mensagens de ódio, racismo, perseguição e intolerância”.