Sindicato sai otimista de encontro com Mercadante
O presidente, Rafael Marques; o diretor de Organização, Moisés Selerges; o diretor de Comunicação, Valter Sanches; o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante; e o secretário-geral, Wagner Santana, o Wagnão; debateram o setor automotivo do País.
Mercadante levará propostas ao governo federal
Após reunião com membros da diretoria do Sindicato na última quinta-feira, em São Paulo, o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante, afirmou que vai levar os projetos dos Metalúrgicos do ABC para análise do governo federal.´
Segundo Mercadante, o objetivo é verificar que medidas efetivas podem ser tomadas para melhorar as perspectivas do setor de caminhões, automóveis e comerciais leves em 2014.
O presidente Rafael Marques; o secretário-geral, Wagner Santana, o Wagnão; o diretor de Organização, Moisés Selerges; e o diretor de Comunicação, Valter Sanches; estão otimistas em uma resposta positiva para enfrentar os problemas conjunturais e estruturais que o setor enfrenta.
“O governo está preocupado com a situação do setor e o ministro afirmou que vai analisar os projetos apresentados com o cuidado que merecem, principalmente nossa proposta de criação de um sistema de proteção ao emprego que desestimule as demissões em momentos de crise”, disse Moisés.
“Também discutimos a continuidade do desconto do IPI – Imposto sobre Produtos Industrializados –, a renovação de frota de caminhões, o destravamento do crédito para compra de veículos e o uso do Finame Simplificado para caminhões”, revelou o secretário-geral.
Confira abaixo um resumo dos principais momentos da reunião conforme o tema tratado.
Renovação da frota de Caminhões
Apesar do Sindicato pleitear a medida há muito tempo, nunca houve um consenso entre os setores envolvidos para sua implantação. Falta o governo ficar realmente convencido da necessidade do programa, já que os incentivos para o setor de caminhões são maiores do que para os veículos e comerciais leves.
“É necessário que haja um convencimento de que é mais produtivo para o País promover essa renovação, pois ela tira caminhões antigos das ruas, dá maior agilidade e melhora a logística – com a redução de custos com entrega, por exemplo. Tudo isso contrabalanceia o que o governo deixaria de arrecadar por conta de incentivos para uma possível renovação de frota”, explicou Moisés.
Finame Simplificado
Segundo ainda Moisés, o Finame é o principal incentivador de vendas de caminhões e, em 2013, a categoria enfrentou problemas causados pelas oscilações com oferta de crédito do programa. “Ele tem que atender todos que estejam em condições de pegar um financiamento via BNDES”, ressaltou o dirigente.
“Outro ponto é aumentar a destinação do dinheiro para o Finame. Hoje o governo reserva R$ 25 bilhões, mas na verdade deveria ofertar o mesmo valor de 2013, R$ 30 bilhões”, defendeu Moisés.
IPI
Segundo Wagnão, outra preocupação dos Metalúrgicos do ABC é o prazo determinado para o fim do desconto do IPI previsto para junho deste ano. A proposta do Sindicato é propor a continuidade do desconto para o reaquecimento do setor.
Destravamento do crédito Wagnão lembrou que segundo dados da própria Anfavea, sindicato das montadoras, no ano passado1,6 milhão de pedidos de crédito para a compra de veículos novos foram rejeitados pelo sistema financeiro.
“O Sindicato propõe menor rigidez do crédito já que a inadimplência caiu. Isso significa que existe a possibilidade de que pessoas que estão pedindo crédito arcarem com o respectivo pagamento”, disse o secretário-geral.
A outra questão levantada na reunião, segundo o dirigente, é com relação à intervenção dos bancos públicos na oferta de crédito para a compra de veículos novos. “Em 2014, a taxa média gira em torno de 1,78% ao mês, muito longe da própria Selic”, afirmou Wagnão.
“Há condições de baixar o valor dos juros cobrados no empréstimo, além de diminuir as restrições de acesso ao crédito e com isso, aliados as medidas com relação ao incentivo de IPI, a maior facilidade para a compra de caminhões, daria uma alavancada no setor que, de fato, poderia estabilizar a situação ou até melhorar do que está previsto para o ano de 2014”, finalizou Wagnão.
Conheça a proteção ao emprego proposta pelo Sindicato
A criação de um sistema nacional de proteção ao emprego sugerido a Mercadante é similar ao existente na Alemanha.
Ele prevê que, em tempos de crise, os trabalhadores sejam afastados, mas não demitidos e continuem vinculados à empresa, recebendo seus salários.
Pelo novo modelo, a jornada de trabalho seria reduzida em 20% a 50% e o governo arcaria com 60% a 80% do valor equivalente às horas reduzidas. A diferença seria bancada pelas empresas.
Os percentuais que caberão a cada parte ainda estão sendo analisados e a parcela do governo viria do FAT, mas da verba usada para o seguro-desemprego.
Mérito
“Vários países na Europa têm programas nessa linha, mas para a nossa base o modelo alemão é o mais eficiente”, disse Rafael Marques, presidente do Sindicato.
“Tanto que, em plena crise europeia, a taxa de desemprego na Alemanha se alterou pouco e o mérito é a preservação do vínculo do trabalhador com a empresa”, concluiu.
Da Redação