Sindicato trata da pauta da classe trabalhadora com governo de transição

Dirigentes se reuniram em Brasília também com o vice-presidente da República eleito e coordenador da equipe de transição, Geraldo Alckmin

Na última quinta-feira, 24, o presidente do Sindicato, Moisés Selerges, e o diretor administrativo, Wellington Messias Damasceno, estiveram em Brasília reunidos com o vice-presidente da República eleito e coordenador da equipe de transição de governo Lula, Geraldo Alckmin, e com o Grupo de Trabalho da Indústria para tratar de temas ligados à classe trabalhadora.

Entre as principais preocupações e propostas apontadas, estão a revisão das reformas, o fortalecimento da indústria, do desenvolvimento técnico-científico nacional e geração de empregos.

Foto: Adonis Guerra

Wellington destacou que o governo Bolsonaro deixou um grande rombo nas contas públicas, com falta de planejamento e de recursos para a saúde, educação, segurança pública, e que o início do governo Lula não será fácil, porém reforçou que o Sindicato estará presente acompanhando e cobrando. “Vamos acompanhar para que as pautas sejam as que apoiamos na eleição, principalmente nas questões da Previdência, reforma Trabalhista e indústria”.

O dirigente levantou ainda que a equipe de transição está descobrindo que a situação é muito grave e lembrou que são necessários vários grupos de trabalho para debater o que será o governo.

“O Sindicato já vinha denunciando esse desmonte do Estado.  Sabemos que vamos enfrentar muitas dificuldades, os trabalhadores precisam se manter mobilizados, mas temos a certeza de que o governo eleito dialoga com pauta da classe trabalhadora e faz acenos concretos sobre isso”.  

Revisão das reformas

Segundo Wellington, entre as principais demandas dos trabalhadores estão a revisão da reforma Trabalhista que resultou em contratações precárias, aumento dos trabalhadores informais e trabalhadores por aplicativo. Outro ponto de destaque é o fortalecimento da representação sindical para retomar a valorização a negociação coletiva.

A reforma da Previdência, a qual o Sindicato alertou que penalizaria os trabalhadores e protegeria os banqueiros, também está entre os temas apontados pelos Metalúrgicos do ABC que precisam ser revistos. “Pontos como atividade especial, idade e valores da aposentadoria precisam ser revistos e vamos cobrar isso, além da correção da tabela do Imposto de Renda”.

Indústria e olhar voltado para a região

Durante todo esse período, o Sindicato cobrou políticas para o setor industrial, porém a pauta foi abandonada no governo Bolsonaro, agora é hora de reacender a pauta, conforme reforça o dirigente. “É preciso olhar para a reindustrialização que aponte para o cenário da nova indústria, com investimento em ciência e tecnologia, qualificação profissional voltada às tecnologias avançadas, que gere empregos, mas que também dialogue com as demandas ambientais”.

“Lutamos pelo fortalecimento da indústria, e pautamos sobretudo a necessidade de fortalecimento do polo industrial do ABC. Nossa região é mais penalizada por ser mais madura, é preciso investir em políticas próprias para regiões mais tradicionais como a nossa”.