Sindicatos convocam greve contra reformas na lei trabalhista na Espanha

Após meses de negociações, os sindicatos e empregadores não chegaram a um acordo para propor mudanças sobre o tema

Os principais sindicatos da Espanha convocarão uma greve geral contra o plano do governo de reformar as leis trabalhistas, afirmou um porta-voz de um sindicato nesta segunda-feira, 14. “As datas (para a greve) serão decididas amanhã (terça-feira)”, afirmou Fernando Lezcano, porta-voz do Comisiones Obreras, o maior sindicato do país.

O governo espanhol deve decretar na quarta-feira uma reforma nas leis trabalhistas do país. Após meses de negociações, os sindicatos e empregadores não chegaram a um acordo para propor mudanças sobre o tema.

“A proposta por decreto merece nossa rejeição”, disse Lezcano. Há uma forte divisão no país entre empregados e empregadores sobre os contratos inflexíveis de longo prazo ou contratos mais curtos e flexíveis. Essa divisão e a falta de mudanças na legislação trabalhista é apontada como parcialmente culpada pelo alto desemprego no país europeu.

O governo afirmou que, para dar mais incentivo à criação de contratos de longo prazo, planeja limitar os contratos mais curtos. Mas também pretende tornar as demissões mais simples e baratas. O desemprego na Espanha atingiu 20% em meio à crise no setor de construção, um dos que mais empregam no país.

Instituições como o Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmam que é preciso que a Espanha realize uma reforma radical na sua legislação trabalhista. Segundo o FMI, isso é necessário para gerar mais crescimento na Espanha e que se reduza seu nível historicamente alto de desemprego.

Os funcionários do setor público espanhol fizeram um dia de greve na semana passada, em resposta às medidas de austeridade anunciadas pelo governo e também contra as mudanças trabalhistas. O governo estimou que apenas 12% dos funcionários públicos cruzaram os braços, enquanto o sindicato Comisiones Obreras afirmou que 75% deles não trabalharam.

As informações são da Dow Jones.

Da Agência Estado