Sindicatos discutem estratégias para a Campanha Salarial em plenária da FEM-CUT/SP

Encontro em Salto reuniu representantes dos 13 sindicatos filiados à Federação

Foto: Jônatas Rosa/FEM-CUT/SP

Os Metalúrgicos do ABC, junto aos demais sindicatos filiados à FEM-CUT/SP (Federação Estadual dos Metalúrgicos), participaram ontem da plenária realizada em Salto, no interior paulista. O encontro teve como objetivo discutir estratégias de negociação para a Campanha Salarial 2025, que já está em curso com os sindicatos patronais.

O secretário-geral dos Metalúrgicos do ABC, Claudionor Vieira, destacou que o resultado de um bom acordo depende de diversos fatores. “Depende da conjuntura econômica, da situação do emprego, da produção e, principalmente, do grau de mobilização da classe trabalhadora. O sentimento da categoria precisa estar presente na mesa de negociação”.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a indústria brasileira cresceu 3,1% no ano passado. “Vivemos um momento em que o emprego e a produção estão em alta, e os trabalhadores querem o que lhes é de direito, a reposição integral da inflação e o reconhecimento pelo esforço, com aumento real nos salários”.

Foto: Jônatas Rosa/FEM-CUT/SP

Claudionor também ressaltou a importância das cláusulas sociais da CCT (Convenção Coletiva de Trabalho). “Muitas vezes elas são deixadas em segundo plano, mas são tão importantes quanto, ou até mais, que as cláusulas econômicas”.

O dirigente alertou que, se não fosse a organização do conjunto da classe trabalhadora e a força da Convenção Coletiva, muitas empresas já teriam adotado na íntegra as mudanças da reforma Trabalhista, prejudicando gravemente a categoria. “Mesmo com essas ofensivas, conseguimos manter uma convenção coletiva forte, que funciona como um guarda-chuva de proteção. É ela que garante o respeito aos nossos direitos”.

Postura patronal

Foto: Jônatas Rosa/FEM-CUT/SP

Claudionor criticou a postura recorrente dos representantes patronais. “O patronal, quando senta à mesa de negociação, não reconhece que o trabalhador é o principal ativo de qualquer empresa. Eles tratam apenas de números e esquecem quem gera, de fato, a riqueza das empresas. Se dependesse só dos patrões, nem a reposição da inflação seria garantida. Não era para ser tão difícil, mas não há sensibilidade humana no sistema capitalista de produção. Por isso, o patronal só cede sob pressão”.

O dirigente enfatizou que os direitos conquistados até hoje foram fruto de muita luta. “A jornada de 44 horas semanais, que ainda é longa e deveria ser de no máximo 40 horas, só existe por causa da luta dos trabalhadores.

Mobilização

Ele concluiu convocando para a mobilização: “Esperamos que esta Campanha Salarial avance de forma responsável por parte do patronal, e que fechemos um acordo até o dia 1º de setembro, nossa data-base. Mas isso só será possível com propostas que atendam aos interesses da classe trabalhadora. Se não houver, vai ter luta! Não há motivo para negar aos trabalhadores a reposição integral da inflação, aumento real e ampliação das cláusulas que protegem os metalúrgicos e metalúrgicas”.