Sindicatos e empresas vão discutir 40 horas
"Foi positivo. Eles concordaram em começar um processo de negociação. Aceitaram só discutir, mas, antes, não aceitavam nem isso", afirmou o deputado Vicentinho, ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da CUT
A reunião da semana passada entre os representantes das centrais sindicais e do setor empresarial com o presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), resultou na disposição de diálogo em torno do projeto que reduz a jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais. “Foi positivo. Eles concordaram em começar um processo de negociação. Aceitaram só discutir, mas, antes, não aceitavam nem isso”, afirmou o deputado Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho (PT-SP), ex-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC e da Central Única dos Trabalhadores (CUT).
O presidente da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE), confirmou a disposição para dialogar. “Sempre consideramos essa discussão (da jornada de 40 horas) inoportuna no momento em que o Brasil está saindo de uma crise internacional. As soluções no parlamento, no entanto, são construídas por meio de negociação”, completou. Uma nova reunião será realizada no dia 10 de dezembro.
Os dois lados entendem que não há mais tempo para votação da proposta neste ano, antes do recesso parlamentar. “Temos uma agenda carregada. Não há espaço possível para votar. O importante é abrir um canal de negociação”, disse o deputado Eduardo Sciarra (DEM-PR), outro representante do setor empresarial na reunião.
Os sindicalistas querem a votação no próximo ano, para pressionar os parlamentares a aprovar o projeto. Monteiro defendeu mais tempo. “Em ano eleitoral, os políticos são mais moles, mais sensíveis”, afirmou. “Não se discute uma questão como essa olhando o calendário eleitoral”, afirmou Monteiro Neto.
“Temos de aproveitar a época da eleição”, rebateu o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), o Paulinho. Segundo ele, as centrais sindicais estão preparando paralisações nas fábricas no mês de janeiro, como forma de pressionar pela adoção das 40 horas semanais.
Da Agência Estado