Sindicatos ganham força: 70% dos trabalhadores veem papel essencial na defesa de direitos

Pesquisa ouviu 3.850 trabalhadores, incluindo assalariados com e sem carteira assinada, autônomos, empreendedores, servidores públicos, trabalhadores de aplicativos, desempregados e aposentados

Foto: Adonis Guerra

Pesquisa recente do Instituto Vox Populi, “O Trabalho e o Brasil”, revela que 68% dos trabalhadores brasileiros consideram os sindicatos importantes ou muito importantes para a defesa dos direitos e a melhoria das condições de trabalho. Além disso, mais de 70% dos entrevistados defendem o direito de greve como instrumento legítimo de pressão e negociação.

Encomendada pela CUT e Fundação Perseu Abramo, com apoio do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e do Fórum das Centrais Sindicais, a pesquisa ouviu presencialmente 3.850 trabalhadores, incluindo assalariados com e sem carteira assinada, autônomos, empreendedores, servidores públicos, trabalhadores de aplicativos, desempregados e aposentados. A margem de erro é de 1,6 ponto percentual.

Entre todos os entrevistados, 52% afirmam estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a atuação sindical. Entre autônomos e empreendedores, quase metade (49%) declarou interesse em se filiar a um sindicato.

Foto: Adonis Guerra

Para o diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, os dados confirmam o papel estratégico do movimento sindical na vida dos trabalhadores e também na economia das regiões onde atuam.

“Os sindicatos são responsáveis por gerar uma boa receita nas regiões por meio das campanhas salariais, que não apenas repõem a inflação, mas garantem aumento real em muitas situações. O impacto disso vai além do bolso do trabalhador, movimenta o comércio, os serviços e amplia a capacidade de consumo”, destacou.

O dirigente lembra ainda que, apenas em 2024, os acordos de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) firmados no país somaram mais de R$ 65 bilhões, resultando em cerca de R$ 10,35 bilhões em arrecadação para o Estado.

Luizão também ressaltou que a valorização dos sindicatos está ligada às pautas concretas e diretamente percebidas pela população, como a luta pelo fim da escala 6×1, pela a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, além de medidas recentes como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Direito à greve

Luizão observa que o reconhecimento da greve como ferramenta legítima também revela a maturidade da classe trabalhadora. “O trabalhador brasileiro sempre reage quando percebe que está sendo enganado pelos patrões. A greve é um instrumento histórico de pressão e reivindicação. Desde a redemocratização, os trabalhadores sabem o momento certo de utilizar esse mecanismo”, afirma.

Percepções sobre avanços e desafios

A pesquisa mostra ainda que:

• 68% reconhecem contribuição direta dos sindicatos para a melhoria de salários e condições de trabalho;

• 67,8% afirmam que os sindicatos colaboram para a melhoria das condições de vida;

• 67,1% valorizam o papel de mediação com as empresas;

• 64,3% destacam a importância dos sindicatos na defesa de direitos.

O reconhecimento é maior entre jovens e nas regiões Nordeste e Sul. Apesar disso, 52,4% afirmam não conhecer as ações concretas das entidades sindicais que os representam.

Como melhorar

Quando questionados sobre o que os sindicatos deveriam fazer para melhorar a representação, os entrevistados responderam:

• maior presença no local de trabalho (49,4%);

• comunicação mais eficiente (37,5%);

• oferta de cursos de qualificação (29,6%).

Entre as prioridades para a ação sindical, destacam-se:

• melhores salários (63,8%);

• geração de empregos de qualidade (36,6%);

• saúde e segurança (26,6%);

• redução da jornada (21%);

• combate à discriminação (18%).Sindicatos ganham força: 70% dos trabalhadores veem papel essencial na defesa de direitos

Pesquisa ouviu 3.850 trabalhadores, incluindo assalariados com e sem carteira assinada, autônomos, empreendedores, servidores públicos, trabalhadores de aplicativos, desempregados e aposentados

Pesquisa recente do Instituto Vox Populi, “O Trabalho e o Brasil”, revela que 68% dos trabalhadores brasileiros consideram os sindicatos importantes ou muito importantes para a defesa dos direitos e a melhoria das condições de trabalho. Além disso, mais de 70% dos entrevistados defendem o direito de greve como instrumento legítimo de pressão e negociação.

Encomendada pela CUT e Fundação Perseu Abramo, com apoio do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e do Fórum das Centrais Sindicais, a pesquisa ouviu presencialmente 3.850 trabalhadores, incluindo assalariados com e sem carteira assinada, autônomos, empreendedores, servidores públicos, trabalhadores de aplicativos, desempregados e aposentados. A margem de erro é de 1,6 ponto percentual.

Entre todos os entrevistados, 52% afirmam estar satisfeitos ou muito satisfeitos com a atuação sindical. Entre autônomos e empreendedores, quase metade (49%) declarou interesse em se filiar a um sindicato.

Para o diretor executivo dos Metalúrgicos do ABC, Luiz Carlos da Silva Dias, o Luizão, os dados confirmam o papel estratégico do movimento sindical na vida dos trabalhadores e também na economia das regiões onde atuam.

“Os sindicatos são responsáveis por gerar uma boa receita nas regiões por meio das campanhas salariais, que não apenas repõem a inflação, mas garantem aumento real em muitas situações. O impacto disso vai além do bolso do trabalhador, movimenta o comércio, os serviços e amplia a capacidade de consumo”, destacou.

O dirigente lembra ainda que, apenas em 2024, os acordos de PLR (Participação nos Lucros e Resultados) firmados no país somaram mais de R$ 65 bilhões, resultando em cerca de R$ 10,35 bilhões em arrecadação para o Estado.

Luizão também ressaltou que a valorização dos sindicatos está ligada às pautas concretas e diretamente percebidas pela população, como a luta pelo fim da escala 6×1, pela a redução da jornada de trabalho sem redução de salário, além de medidas recentes como a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.

Direito à greve

Luizão observa que o reconhecimento da greve como ferramenta legítima também revela a maturidade da classe trabalhadora. “O trabalhador brasileiro sempre reage quando percebe que está sendo enganado pelos patrões. A greve é um instrumento histórico de pressão e reivindicação. Desde a redemocratização, os trabalhadores sabem o momento certo de utilizar esse mecanismo”, afirma.

Percepções sobre avanços e desafios

A pesquisa mostra ainda que:

• 68% reconhecem contribuição direta dos sindicatos para a melhoria de salários e condições de trabalho;

• 67,8% afirmam que os sindicatos colaboram para a melhoria das condições de vida;

• 67,1% valorizam o papel de mediação com as empresas;

• 64,3% destacam a importância dos sindicatos na defesa de direitos.

O reconhecimento é maior entre jovens e nas regiões Nordeste e Sul. Apesar disso, 52,4% afirmam não conhecer as ações concretas das entidades sindicais que os representam.

Como melhorar

Quando questionados sobre o que os sindicatos deveriam fazer para melhorar a representação, os entrevistados responderam:

• maior presença no local de trabalho (49,4%);

• comunicação mais eficiente (37,5%);

• oferta de cursos de qualificação (29,6%).

Entre as prioridades para a ação sindical, destacam-se:

• melhores salários (63,8%);

• geração de empregos de qualidade (36,6%);

• saúde e segurança (26,6%);

• redução da jornada (21%);

• combate à discriminação (18%).